Presidente português lança-se no “partido do veto”

Veto a diplomas consecutivos de ordens profissionais, impulsionado pelos socialistas PS.

O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, envolveu-se no que parece ser um verdadeiro “festival de veto”, recusando aprovar uma série de diplomas impostos pelos socialistas do PS contra a vontade das ordens profissionais envolvidas.

Esta semana ele vetou outros três decretos relativosOrdens do médico, O Bar (Ordem dos Advogados), e oOrdem dos Enfermeiros.

Na semana passada, Marcelo vetou as alterações propostas pelo governo aos estatutos profissionais dos Ordens de Engenheiros E Arquitetos.

Cada vez que um veto era publicado no site oficial da presidência, foram dadas explicações detalhadas sobre as razões desta decisão. As recusas centraram-se nos benefícios das mudanças propostas, que o chefe de Estado português não conseguia “ver”. Por exemplo, no caso de alterações aos estatutos da profissão de enfermagem, escreve: “este Estatuto (tal como foi proposto) não parece proteger o interesse públicoOu contribuir para o bom funcionamento das instituições e, em particular, o serviço nacional de saúde SNS”.

Ele mencionou ointeresse público (e como isso parece não ter sido atendido) em seu veto às alterações nos estatutos do Ordem dos Engenheiros e Arquitetos.

As explicações podem ser encontradas e lidas detalhadamente no site oficial da presidência.

Os vetos de hoje fizeram praticamente a mesma coisa.

Em relação aos médicos, Marcelo acredita que a formação dos médicos está comprometida pela retirada do Despacho “de intervenção essencial no que diz respeito ao reconhecimento da adequação e respetiva capacidade formativa dos serviços, bem como à definição dos conteúdos formativos para cada especialidade, aspetos de natureza puramente técnica técnica”, ​escreve o Expresso.

O contexto desta história é que a transformação das organizações profissionais faz parte das reformas incluídas pelo governo no PRR (Plano de recuperação e resiliência apoiado por Bruxelas). Já estavam incluídos no memorando de entendimento com a troika.

” O o objetivo da reforma deve ser acelerar o acesso a diferentes profissões“, explica o Expresso. ” No entanto, o processo demorou muito e foi muito contestado por associações médicas e jurídicas”, ambas ouvidas pelo presidente.

No caso da Ordem dos Médicos, estas alterações foram a causa do fracasso das negociações com o governo sobre salários e condições de trabalho. Estão, de facto, em parte na origem do “caos” que hoje reina no serviço nacional de saúde do SNS.

Mas dado que tudo isto acontece à medida que o governo muda para o modo de gestão, antes da dissolução do Parlamento em 15 de Janeiro, será que “funcionará”? Ou conseguirá o PS ainda refinar os decretos e voltar a aprová-los, a tempo de Marcelo ser efectivamente obrigado a promulgá-los?

Esta é a “grande questão” e aquela sobre a qual os socialistas do PS parecem tentar trabalhar em seu benefício.

Segundo o Expresso, “o PS prepara-se para contornar vetos » e depois, se o partido voltar ao poder, com maioria absoluta, ou mesmo em coligação (com a esquerda mais radical), as ordens profissionais ficarão presas às mudanças.

Mas há algo mais complica ainda mais a situação. Se as modificações nas ordens profissionais não forem liquidadas antes de 15 de janeiro, a próxima tranche do PRR de Bruxelas ficará “bloqueada”.

Então, a “corrida começou”; é quase uma questão de “quem piscará primeiro” em uma semana durante a qual críticas e recriminações já obstruindo o ar. DE

Material fonte: SIC/Expresso

Isabela Carreira

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