episódio • 2/4 do podcast Notícias de Portugal

Documentário de Elsa Cornevin, dirigido por Anne Fleury

1ª transmissão em 24/04/14 em Nas docas

No dia 25 de abril, de repente as pessoas acordaram livres. Os portugueses viveram a ditadura como uma inevitabilidade – Vasco Lourenço

2 de março de 2013. O hino da revolução, Grândola, Vila Morena é cantado a uma só voz por milhares de pessoas, despertando forte emoção em todo o país. Quase um milhão de pessoas marcham nas ruas de Lisboa, Porto, Coimbra… Não víamos tal mobilização desde a Revolução dos Cravos em 1974. O plano de resgate de 78 mil milhões de euros concedido a Portugal em 2011 pela Troika (Comissão Europeia, FMI e Banco Central Europeu) implicou cortes orçamentais drásticos em todos os sectores da sociedade: o desemprego aumentou, os salários caíram drasticamente, a emigração económica voltou a ser uma realidade e a pobreza tornou-se uma presença duradoura no país.

Esta rápida deterioração das condições de vida dos portugueses deu origem a um forte movimento de protesto. Criado no outono de 2012 por um punhado de ativistas, o movimento Qual é o problema com a troika! (Que a troika vá para o inferno!) tomou conta das redes sociais, levando ao apoio de uma parte significativa da juventude portuguesa, bem como de cidadãos que não se reconhecem ou deixaram de se reconhecer em partidos políticos ou sindicatos.

40 anos depois da Revolução dos Cravos, as conquistas sociais do 25 de Abril (pensões para todos, acesso gratuito aos cuidados de saúde, férias remuneradas, etc.) estão a ser postas em causa. As gerações mais velhas recordam um tempo cheio de esperança e apelam à resistência… enquanto as gerações mais novas se deparam mais uma vez com o dilema da emigração ou da precariedade…

Corte ! corte ! É muito fácil reduzir o défice, é uma questão de aritmética. O problema é que a vida das pessoas não é aritmética. A questão é: qual Europa sairá desta crise? – Tereza de Sousa

A pressão popular levou-nos a avançar em direcções mais progressistas. Depois do 25 de Abril, as pessoas começaram a participar intensamente na vida cívica e política. O país tem registado progressos muito significativos em termos de justiça social, nomeadamente a introdução do salário mínimo, o serviço de saúde… – Vasco Lourenço

Todas as conquistas do 25 de Abril estão sendo destruídas – Vasco Lourenço

Portugal vive hoje o mesmo nível de emigração que na década de 1960. João David Almeida

Com Manoel AlegrePolítico e poeta português; Vasco Lourençopresidente da Associação 25 de Abril; Tereza de Sousa, editor-chefe do jornal Público ; Paulo Rodriguespresidente da Associação Sindical dos Profissionais Policiais; Inês Subtil e Nuno Ramos de Almeidamembros do coletivo O que está acontecendo com a Troika! ; Íris Godinho, João Thiago Fernandes, João David Almeidamanifestantes; Joana Manuelatriz e oradora na conferência nacional por um Portugal soberano e desenvolvido.

Isabela Carreira

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