No entanto, o centroavante da seleção, Cristiano Ronaldo, vive dificuldades no clube…
Existe sim uma dúvida que começa a se instalar em torno de “CR7”. Vi editoriais na imprensa portuguesa, que antes não existiam, a questionar se deveria ser titular durante a competição. Não vamos dizer que Portugal está dividido em dois, porque a maioria do país apoia Ronaldo e acha que devemos apoiá-lo até ao fim. Mas ainda há uma pequena parte que começa a imaginar que seria melhor sem ele.
Isso pode levar a mudanças na equipe do Catar?
Cristiano Ronaldo continua no centro do sistema português. As mudanças, se vierem, virão apenas de uma pessoa: ele mesmo. O técnico Fernando Santos não fará nada que comprometa sua posição de craque ou sua importância em campo.
Mas, já se deve saber que o Ronaldo no clube e o Ronaldo com Portugal são duas pessoas radicalmente diferentes. A imagem que por vezes lhe cola na pele no clube, muito individualista, é muito menos importante com Portugal. Pudemos vê-lo, principalmente durante a Euro 2016, arengando a sua tropa como se fosse um auxiliar técnico, ficando muito mais sintonizado com o time.
De fato, o atacante começou a desenvolver seu jogo nos últimos meses. Vimos o início disso durante os play-offs contra a Macedônia do Norte e a Turquia. Ele se move muito mais do que antes, ele cria espaços. Ele não é mais aquele que ama todos os balões. Os companheiros também começaram a mudar: não são mais obcecados por Cristiano. Um dos golos frente à Macedónia do Norte é particularmente revelador: Jota ao segundo poste aproveita na perfeição um cruzamento de Bruno Fernandes. No entanto, foi a corrida de Ronaldo ao primeiro poste que abriu espaço para o jogador do Liverpool.
Estou bastante otimista com sua metamorfose dentro da seleção porque ele é capaz, para ganhar uma Copa do Mundo, de se “sacrificar”.
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