O ministro dos Negócios Estrangeiros português disse quarta-feira que a ligação entre os portos de Portimão e Tânger-Med “não substitui nenhuma outra ligação”. No decorrer’uma conferência de imprensa à margem do encontro com o seu homólogo espanhol, José Manuel Albares, Augusto Santos Silva não deu data para o lançamento desta linha marítima, preferindo assegurar que não se pretende substituir eventuais ligações.
O ministro lembrou que Portugal está empenhado no projecto e que a ligação marítima com Marrocos vai ser estabelecida “na medida do possível”. “Temos trabalhado com as autoridades marroquinas a nível técnico, mas (…) com a cautela necessária para que esta ligação possa ser feita com toda a segurança necessária”, acrescentou.
Em junho passado, as autoridades marroquinas anunciaram a retomada dos voos de e para Marrocos. Há muito aguardado, o anúncio da abertura das fronteiras marítimas para acolher marroquinos residentes no exterior causou, no entanto, decepção e indignação, porque excluiu os portos espanhóis por fundos de uma crise diplomática entre Rabat e Madrid, contando com portos franceses e italianos.
Poucos dias depois, Abdelkader Amara, ministro do Equipamento e Transportes, anunciou que no início de julho será lançada uma linha marítima entre Tânger e Portimão, em Portugal. “Enquanto vos falo, o diretor da marinha mercante está em Lisboa para dar os últimos retoques ao acordo que vai ser assinado entre Marrocos e Portugal”, disse, assegurando que “dois navios, de bandeira marroquina, entrarão em serviço nesta linha à razão de duas viagens por dia para transportar um total de 4.000 pessoas diariamente”.
Mas enquanto os MREs que retornaram ao Marrocos já começam a voltar para seus países de residência, a linha marítima que liga os dois países ainda não foi montada. Recorde-se que já existia uma linha entre Faro (Algarve) em Portugal até à cidade de Tânger, há pouco mais de 26 anos mas que acabou por ser abandonada.