Prefeito confirma que plano hoteleiro ‘não será mais discutido’
O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, disse que planejando um novo hotel na cidade suspeita de ter ligações com o A empresária angolana Isabel dos Santos – procurado pela Interpol para alegado crimes financeiros em escala potencialmente massiva.
Moedas confirmou ontem que tinha “retirou a propostaA proposta não vai para debate na Câmara. Não há proposta…”.
Internamente, o fato de a proposta ter chegado tão longe é motivo de acalorado debate entre os vereadores.
A estes, o Sr. Moedas sublinhou: “ Eu não sou um policial “, mas ele reconheceu que é preciso fazer mais “em termos de transparência e combate à corrupção”.
No início deste mês, o presidente da Câmara da coligação Novos Tempos, que representa os partidos PSD/CDS-PP, MPT/PPM e Aliança propôs um gabinete de corrupção dentro do conselho – agora ele está pensando em “ um questionário de verificação, referindo-se ao que agora é exigido aos membros do Governo”, escreve a Lusa, de forma a afastar potenciais situações como esta.
A proposta, que remonta a 2019 (quando foi apresentada pela primeira vez à Câmara Municipal de Lisboa), visava transformar um edifício residencial no coração de Lisboa num “empreendimento turístico, composto por 22 apartamentos turísticos de cinco estrelas e um estabelecimento comercial no rés-do-chão”.
A empresa por trás disso – H33 – Sociedade Imobiliária – é supostamente de propriedade de Vasco Rites “que é conhecido por seu relacionamento com Isabel dos Santos”, segundo relatos (a Sra. Santos é conhecida como “a mulher mais rica da África”, com a maior parte de sua fortuna feita durante os anos em que seu pai foi presidente de Angola).
O fato de ter demorado tanto para o projeto do hotel ser “abandonado” é preocupante, admite o Sr. Moedas. Mas pelo menos agora a decisão foi tomada.
As notícias chegam como numa esfera mais ampla, dúvidas levantadas pelo antigo governador do banco central de Portugal, Carlos Costa, no livro “O Governador” estão de volta e ganhando força.
O Sr. Costa disse ao autor Luís Rocha que o Primeiro-Ministro António Costa tentou intervir na decisão de afastar a Sra. dos Santos do conselho de administração do banco BIC (justamente devido às suspeitas de corrupção que a rodeavam).
Segundo Carlos Costa, Isabel dos Santos ficou furiosa com as tentativas de destituí-la, a ponto de reclamar com o primeiro-ministro.
Ele, por sua vez, aparentemente contatou Carlos Costa, com a seguinte mensagem: ” “Não se pode maltratar a filha do presidente de um país amigo de Portugal.”
Carlos Costa, no entanto, manteve-se firme, lembrando que o período “não foi dos mais fáceis” da sua vida, “e fez-me temer pela minha segurança”.
Quando “O Governador” saiu, António Costa insistiu que a memória de Carlos Costa o estava a trair – e que as suas declarações eram “ ofensivo ao meu nome, à minha honra e à minha consideração. Contactei o Dr. Carlos Costa, que não se retratou (o que ele disse) nem desculpadoe, portanto, meu advogado tomará as medidas legais cabíveis.”
Desde então, nada foi escrito sobre as medidas legais apropriadas.
Mas o que o incidente fez foi para encorajar a oposição do PSD a “exigir uma explicação”.
Uma série de 12 perguntas foi enviada a António Costa em novembro, e este demorou até à semana passada a responder – “de forma insatisfatória” segundo o PSD, daí a pressão renovada para o encurralar.
O líder parlamentar do PSD, Joquim Sarmento Miranda, disse aos jornalistas: ” O primeiro-ministro demorou 60 dias a responder às perguntas do PSD, Temos o direito de analisar, de forma ponderada e calma, o texto do Primeiro-Ministro e de nos perguntar se não deveríamos repetir certas perguntas e possivelmente fazer novas.”
“Não excluímos nenhum mecanismo parlamentar, não excluímos a comissão de inquérito. O mais provável, nesta fase, é que Há espaço para que o Primeiro-Ministro tenha uma segunda oportunidade de esclarecer os portugueses, dado que nesta primeira pouco ou nada esclareceu. »
A primeira resposta do Sr. Costa foi que ele tinha nunca recorreu ao Banco de Portugal ” ou outra pessoa “intervir a favor da adequação da empresária angolana Isabel dos Santos ao cargo de administradora do BPI – e atuou apenas para tentar resolver o bloqueio acionista no banco, na qual ela tinha participação na época.
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