O líder do Partido Social Democrata (PSD, centro-direita) de Portugal, Rui Rio, anunciou hoje que não vê sentido na sua continuidade após a derrota eleitoral e pediu que as primárias sejam realizadas o mais tardar até julho, onde não vai concorrer como candidato. †
“Não vejo sentido em completar meu mandato porque não há um objetivo específico a seguir e o partido deve ter um objetivo”, anunciou ele em entrevista coletiva após uma reunião do Comitê Político da formação.
O Rio lidera o PSD há quatro anos, que conquistou cerca de 29% dos votos nas eleições do último domingo, mais de dez pontos à frente dos socialistas, que conquistaram a maioria absoluta.
“Está claro que não serei o próximo candidato do PSD a primeiro-ministro, nem serei candidato nas próximas primárias”, disse Rio, que foi reeleito como presidente do PSD em dezembro passado e teve mandato até o final do o ano. 2023.
O PSD se reunirá no Conselho Nacional no dia 19 de fevereiro para decidir se vai realizar primárias e o Rio pediu agilidade.
“Não vamos perpetuar isso”, diz o atual líder, que acredita que as eleições primárias devem ocorrer até julho, antes das férias de verão.
Rio já havia garantido na quarta-feira que atuaria como deputado durante a votação do orçamento de 2022 no parlamento, um dos primeiros cargos que a nova Câmara terá que assumir.
“Não estou desistindo, tenho senso de responsabilidade”, disse ele na quinta-feira, observando que aceitará qualquer data marcada para as primárias “dentro dos limites do que for razoável”.
O PSD ganhou 76 dos 230 deputados da Câmara – cinco deles de coligações com os democratas-cristãos na Madeira e nos Açores – contra 117 dos socialistas.
A votação estrangeira ainda precisa ser examinada, o que concede mais quatro deputados, a maioria dividida entre socialistas e centro-direita.
Desta forma, espera-se que o PSD fique abaixo dos 79 lugares que tinha na legislatura anterior.
Rio (Porto, 1957) sucedeu ao ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho na presidência do PSD em 2018 e desde então ganhou outras duas primárias dentro do partido, a última há apenas dois meses.
Anteriormente ocupou vários cargos dentro do partido e ganhou reconhecimento durante o seu tempo como Presidente da Câmara do Porto (2002-2013).
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