Depois do aumento do volume de água disponível nas seis barragens do Algarve, a situação hidrológica e as respetivas projeções serão reavaliadas para decidir se é possível flexibilizar as restrições impostas em fevereiro para combater a seca na região, disse oAPA em um comunicado de imprensa.
Entre as medidas de emergência aplicadas pelo governo para preservar o máximo de água possível no Algarve está a redução do consumo no sector urbano (15%) e na agricultura (25%), sector que já defendeu um relaxamento das restrições porque considera que o volume de água captado com as últimas chuvas permite esta revisão no mês de abril.
“Desde 25 de março e na sequência da precipitação significativa registada, nomeadamente no último fim de semana em Portugal continental, registou-se uma recuperação de cerca de 36 hm3 [hectomètres cubes] armazenamento das principais reservas superficiais da região algarvia, o que equivale à satisfação de 30% das necessidades de abastecimento público, agricultura e turismo», destacou a APA.
A mesma fonte destacou que as chuvas que caíram durante a semana da Páscoa deixaram as seis barragens do Algarve – Odelouca, Arade, Funcho e Bravura, no Barlaventa (oeste), e Beliche e Odeleite, no Sotovento (est) – com “ um volume de aproximadamente 195 hm3 (correspondente a 44% da capacidade total de armazenamento)”.
“Face ao período homólogo de 2023, regista-se ainda um défice de cerca de 2 hm3 de água armazenada”, sublinhou a APA, alertando que, “apesar da recuperação observada, a situação hidrológica da região do Algarve continua a ser a mais preocupante a nível nacional”. em termos de disponibilidade e também de seca hidrológica extrema.”
A APA anunciou que irá realizar em abril “a avaliação da situação hidrológica e das respetivas projeções, de forma a determinar a possibilidade de revisão das condições vigentes na região”, mas sem deixar de “continuar a garantir a qualquer momento o armazenamento do volume necessário para um ano de abastecimento público nas diferentes origens naturais utilizadas.
O órgão tutelado pelo Ministério do Meio Ambiente observou ainda que, a nível nacional, as reservas estão em 89% da sua capacidade total e que 56 dos 80 reservatórios monitorados têm disponibilidade hídrica superior a 80% do volume total, enquanto quatro estão abaixo de 40%. %.
“Os stocks de março de 2024 por bacia hidrográfica são superiores às médias de armazenamento de março (1990/91 a 2022/23), com exceção das bacias do Ave, Mira, Ribeiras do Algarve e Arade”, declarou ainda a APA.
O Algarve está em alerta devido à seca desde 5 de fevereiro, tendo o anterior governo aprovado uma série de medidas que visam restringir o consumo, nomeadamente uma redução de 15% no setor urbano, incluindo o turismo, e uma redução de 25% na agricultura.
A estas medidas somam-se outras como o combate às perdas nas redes de abastecimento, a utilização de água tratada para irrigação de espaços verdes, ruas e campos de golfe, ou ainda a suspensão da atribuição de títulos de utilização de recursos hídricos.
Um dos setores mais afetados pelas restrições de consumo é a agricultura e as autoridades de irrigação do Algarve já apelaram aos órgãos oficiais para aliviarem as restrições de consumo impostas à agricultura em devido à seca, depois de os níveis dos reservatórios terem subido com as chuvas registadas na Páscoa.
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