O ministro do Interior português, Eduardo Cabrita, renunciou na sexta-feira devido a um escândalo relacionado ao tratamento de um caso envolvendo seu motorista em um acidente de viação que matou um em junho passado. “Não posso permitir que este caso seja usado politicamente para penalizar a ação do governo (…) tanto que pedi para ser exonerado das minhas funções“, explicou Eduardo Cabrita durante uma conferência de imprensa. “Aceitei este pedido de demissão“, reagiu imediatamente o primeiro-ministro António Costa durante mais uma conferência de imprensa. Esta demissão ocorre a menos de dois meses das próximas eleições legislativas antecipadas, convocadas após a rejeição do projeto de orçamento de 2022 do governo socialista minoritário de António Costa.
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No passado mês de Junho, a viatura ministerial em que se encontrava Eduardo Cabrita, a viajar “a cerca de 163 km/hde acordo com a mídia local, atingiu fatalmente uma patrulha rodoviária na região de Évora (sul). Na sexta-feira, o motorista do ministro foi acusado pelo Ministério Público português de negligência. Desde este acidente, a gestão deste dossier tem sido fortemente criticada. O ministro foi notadamente acusado de evasão de suas responsabilidades e de insensibilidade para com a família da vítima. “É um episódio infame, onde se encontram a mais absoluta insensibilidade humana e o mais desavergonhado desempoderamento político de um Ministro da República.“, estimou João Miguel Tavares, comentador do diário Publico.
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No dia seguinte ao acidente, o Ministério do Interior justificou-se explicando que não havia sinalização na autoestrada para alertar os condutores sobre os trabalhos de limpeza. Mas alguns dias depois, o concessionário Brisa desmentiu esta versão, dizendo que o “sinalização de trabalhos de manutençãoera bem respeitado. Eduardo Cabrita assumiu o cargo em 2017, logo após os violentos incêndios que atingiram Portugal naquele ano, matando mais de 100 pessoas. Antes de ser nomeado para o Interior, foi vice-ministro do Primeiro-Ministro de 2015 a 2017.
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