À medida que o mundo se distrai com outros assuntos preocupantes, as notícias globais parecem ficar em segundo plano. No entanto, os fenômenos que afetam a Terra continuam marcando o presente. Uma onda de calor sem precedentes e incêndios na primavera devastaram a Índia. Mau sinal para o resto do mundo.
Neste mês de abril, o país viu a temperatura ultrapassar a média dos meses de abril entre 1981 e 2010 em 1,36°C.
A Índia sofreu com uma grande onda de calor nas últimas semanas. Embora a situação pareça estar melhorando, de acordo com o Indian Weather Service (IMD), as condições permanecem desfavoráveis em muitas áreas.
As ondas de calor perderam o rótulo de “grave”, mas continuam ocorrendo em algumas partes do país. A Índia não é estranha às ondas de calor, mas são mais frequentes entre maio e junho, o que significa que esta última onda chegou mais cedo do que o esperado.
Justin! O último dia de abril atingiu temperatura chegando a 49C em Jacobaba, no Paquistão. Primeiro 48C e 49C no hemisfério norte de 2022. 48.0C também em Moen Jo Daro. Mais atualizações mais tarde com mais registros mensais caindo na Índia… Fique atento. pic.twitter.com/A4e6Fkyllh
— Temperaturas extremas ao redor do mundo (@extremetemps) 30 de abril de 2022
O que causa esse aumento de temperatura?
Durante anos tem sido debatido e previsto um aumento na temperatura média global devido às mudanças climáticas. Embora estejamos falando de um grau de aumento e o número nos pareça pequeno, é um dos principais problemas que isso causa e que aumentará a frequência e gravidade de eventos extremos: secas, inundações, furacões… e, claro, claro, ondas de calor.
Ondas que afetarão cada país de forma diferente do que antes, especialmente devido aos diferentes níveis de umidade. Em Portugal, segundo o IPMA, “o período de janeiro a julho de 2020 foi o mais quente dos últimos 90 anos (desde 1931)”.
Temperaturas excessivas na Índia afetaram diferentes regiões, desde o leste da Índia até partes do Paquistão, passando pela parte central do subcontinente e leste da Índia. Muitas dessas regiões estabeleceram recordes de temperatura.
Alegadamente, na região noroeste, a média máxima foi a mais alta desde 1901, com a temperatura média também superada apenas por recordes em 2010. No leste e nordeste, a média foi a mais alta registrada desde 1901.
As ondas de calor podem ter efeitos diretos na saúde e no bem-estar, mas isso pode ser um problema menor em Portugal. Sabemos que a combinação de calor e falta de umidade tem um grande perigo associado: os incêndios. E estão cada vez piores.
A terrível memória de Pedrogão Grande em 2017 ainda está fresca.
o fogo está a caminho
O Global Wildfire Information System (GWIS) coloca a Índia e o Paquistão como uma zona quente, tanto em termos de risco de incêndio quanto de incêndios ativos (chegando a 300 em abril). Os incêndios florestais na Península Ibérica sempre fizeram parte das notícias de verão, e cada vez mais no contexto internacional.
Outro caso recente são os incêndios australianos que começaram em 2020. Tudo isso nos remete aos chamados superincêndios.
As super luzes são luzes de sexta geração. São incêndios florestais poderosos em que a interação entre o fogo e as condições atmosféricas e meteorológicas é particularmente importante. O incêndio na Sierra Bermeja, que devastou a província de Málaga durante um mês e meio em 2021 e tirou a vida de um bombeiro que trabalhava para combater as chamas, será lembrado por muitos.
No entanto, como bem nos lembramos, não foi o primeiro incêndio deste tipo na península. Em 2017, o terrível incêndio de Pedrogão Grande custou 66 vidas e destruiu mais de 24.000 hectares. Esses incêndios podem se tornar um problema que afetará toda a península.
Além da devastação visível, esses incêndios resultantes de super ondas de calor geram emissões de vários tipos, incluindo gases de efeito estufa, como CO2 e metano. Partículas microscópicas também afetam a saúde e representam um perigo para muitos.
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