Portugal está no centro de uma verdadeira tempestade política. O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, recusou terça-feira a saída do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, número 2 do seu governo, um dia depois da demissão do ministro das Finanças.
Numa declaração à nação, Pedro Passos Coelho afirmou que “seria precipitado aceitar esta demissão, motivando a sua recusa pela “ameaça de instabilidade política que isso implicaria”.
Segunda deserção em 24 horas
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, acabava de suceder ao ministro das Finanças, Vitor Gaspar, na hierarquia governamental, depois de este ter jogado a toalha na segunda-feira.
“Não estou renunciando. Não vou abandonar o país. Trabalharei ao serviço do meu país com o mesmo empenho”, declarou o Primeiro-Ministro, num contexto de crise política.
A possibilidade de o Presidente Aníbal Cavaco Silva convocar eleições legislativas antecipadas aumentou após o anúncio da demissão do ministro dos Negócios Estrangeiros.
Esta deserção de Portas, líder do pequeno partido conservador CDS-PP, parceiro do Partido Social Democrata do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho na coligação no poder desde 2011, é um duro golpe para o governo.
Esta aliança permite à coligação ter uma maioria confortável no Parlamento, essencial para a aplicação das medidas de austeridade exigidas pelos credores de Portugal.
Por seu lado, Gaspar afirmou na segunda-feira ter perdido toda a credibilidade ao não conseguir atingir os objectivos do défice e estar na origem dos atritos entre a esquerda e a direita no governo de coligação, numa altura em que as suas políticas de desenvolvimento económico austeridade estão a tornar-se cada vez menos populares.
O governo português é assolado por críticas de partidos da oposição, sindicatos e líderes empresariais, que exigem a retirada das políticas de austeridade introduzidas por Gaspar. O país deverá experimentar o seu terceiro ano consecutivo de recessão em 2013, além de uma taxa de desemprego de 17,6%.
Com informações da Agence France-Presse e Reuters
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