Estudar medicina dentária em Portugal para “antecipar-se ao fracasso” em França

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Éléonore de Vaumaspublicado em 29 de junho de 2023

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Portugal atrai anualmente pouco mais de uma centena de estudantes franceses e recém-formados no ensino secundário. Uma decisão que lhes permite evitar a passagem por um PASS ou L.AS, sendo a chave um diploma reconhecido na Europa e cinco anos de imersão num país de língua portuguesa.

Todos os anos, entre 120 e 140 franceses voam para Portugal para estudar medicina dentária, e assim realizar seu sonho de se tornar um dentista. Fracassado na França, Madison escolheu esta opção.

“Não tive atendimento odontológico depois do meu ano PASS. E depois do L.AS, havia apenas cinco vagas para 1.800 candidatos. Eu preferi antecipar o fracasso“, explica o aluno do primeiro ano da Universidade CESPU do Porto.

Candice, por sua vez, não procrastinou por muito tempo. Com o bacharelado em mãos, rumou para a Universidade Egas Moniz, em Lisboa, onde frequenta atualmente o quinto ano. “Eu queria muito estudar odontologia, mas num ambiente menos estressante e incerto do que em França. O que acontece em Portugal, mesmo que os professores são exigentes e os exames complicados.

Seja um dos bons alunos a ser admitido na faculdade de odontologia

Na odontologia, apenas Universidades Egas Moniz e CESPU oferecer um programa para falantes de francês. As restantes faculdades estão reservadas a portugueses ou a alguns cidadãos com dupla nacionalidade escolhidos a dedo. “A partir do segundo, os portugueses escolhem opções específicas e trabalham arduamente para atingir a melhor média, nada menos que 18 ou 19”, informa Agnès Pierre, diretora de parcerias europeias do GEDS (organização que apoia a mobilidade em Portugal para estudos). saúde).

Para estudantes franceses, uma média entre 14,5 e 15,5 é suficiente. É calculado a partir da média geral do bacharelado (50%), da nota SVT (35%) e da a entrevista (15%). Na prática, a prova oral é realizada perante um júri composto pelo reitor da universidade, profissionais de saúde e um especialista em orientação internacional.

Tem como objetivo avaliar a sua capacidade de trabalho, a sua aptidão em línguas modernas, o seu conhecimento da profissão e a sua autonomia. Registo, envio de documentos, trocas com Portugal… tudo passa a plataforma hipócrates.iogratuito para estudantes.

Mas esses estudos têm um custo. Você terá, portanto, que contar entre 6.000 e 8.000 euros por ano. Soma-se a isso os custos relacionados à aquisição de equipamentos odontológicos, moradia e despesas de vida cotidiana (tabela resumida dos custos esperados para a escolaridade em https://www.geds.fr/frais).

Aprendizagem intensiva de português

Tal como em França, a selecção portuguesa está dê lugar de destaque para praticar. “No terceiro ano, treinamos, por exemplo, em bocas falsas. A partir do quarto ano realizamos pelo menos um ou dois atos. Pela minha parte, no ano passado, consegui extrair os sisos”, ilustra Candice, prestes a terminar o curso.

No primeiro ano, no entanto, a ênfase está na aprendizagem de línguas. Nas promoções reservadas para falantes de francês, a grande maioria das aulas é ministrada em francês. Além disso, os alunos devem seguir cinco horas de aulas de português por semana.

“Dá-nos tempo para dominar melhor a língua, sem perder um ano de estudos”, nota Shanti, prestes a completar o primeiro ano no Porto.

Também no primeiro ano, mas em Lisboa, Jean* partilha o mesmo entusiasmo mas aponta um problema organizacional recorrente : “As aulas são regularmente encurtadas porque os professores chegam atrasados”, irrita o aluno. “Principalmente porque os powerpoints que nos são distribuídos são muitas vezes mal traduzidos. O que nos obriga a procurar nós próprios a informação na Internet. Fora isso, não há problema, estou muito satisfeito.”

Torne-se dentista em França com um diploma português

Em Portugal, estudos odontológicos duram cinco anos, em comparação com seis na França. Única condição para obter seu diploma: conclua todo o seu curso lá. Ao sair, você poderá continue seus estudos ou prática em toda a Europa. Na França, você também terá que se registrar na ordem dos dentistas (e traduzir seu diploma).

Se Madison e Shanti ainda têm alguns anos para ver o que está por vir, Candice, por sua vez, já sabe o que vem por aí. “Inscrevi-me numa escola de ortodontia em Paris e gostaria de trabalhar num consultório ao mesmo tempo. Mas se pudesse, Gostaria de ter ficado mais um ano em Portugal Eu gostei muito destes últimos cinco anos.”

*O primeiro nome foi alterado.

Isabela Carreira

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