Didier Deschamps decidiu e convocou 26 jogadores para representar a França na Copa do Mundo de 2022, no Catar. Mas o treinador poderia ter outros talentos à sua disposição se as escolhas de vida e carreira decidissem o contrário. Nada menos que 37 jogadores nascidos em território francês vão competir com outro país.
O know-how dos clubes franceses para treinar jogadores de futebol é reconhecido em todo o mundo. A cada temporada, os clubes europeus continuam em busca de jovens jogadores franceses capazes de fortalecer seu elenco. Mas também do lado das seleções nacionais, a França é fornecedora de talentos no exterior. Além da espinhosa questão dos binacionais no esporte, serão 37 internacionais nascidos em solo francês para disputar a Copa do Mundo no Catar (de 20 de novembro a 18 de dezembro) com outro país.
E pode até começar na partida de abertura da Copa do Mundo com Karim Boudiaf. Nascido em Rueil-Malmaison, perto de Paris, o meio-campista de 32 anos faz parte da seleção do Catar. Formado em Lorient e Nancy, este argelino-Qatariano evolui desde 2010 no Golfo em Al-Duhail.
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Tunísia e Senegal empataram bem na França
Às vezes ridicularizados, às vezes adorados, muitos jogadores nascidos na França vão evoluir em uma seleção africana durante a Copa do Mundo organizada em Doha. Sem ofensas a Didier Deschamps, que já pensou em chamá-lo quando já jogava pelo Senegal, Kalidou Koulibaly será o técnico dos Leões de Teranga após a lesão de Sadio Mané.
Seu companheiro de equipe no Chelsea e natural de Montivilliers, na Normandia, Edouard Mendy, irá acompanhá-lo. Outros sete senegaleses nascidos na França também estão no grupo de Aliou Cissé.
Mas a seleção que conta com o maior contingente desses jogadores nascidos na França continua sendo a Tunísia com um total de dez internacionais nascidos na França como Wahbi Khazri ou o promissor craque do Manchester United, Hannibal Mejbri.
Assim como Romain Saïss e Sofiane Boufal, Amine Harit também disputaria a Copa do Mundo com o Marrocos. Mas o meia-atacante do Atlas Lions sofreu uma grave lesão no joelho com o OM na última rodada da Ligue 1, após confronto com Axel Disasi. Para o substituir, o treinador da equipa magrebina chamou Anass Zaroury… nascido em Mechelen, na Bélgica.
“Francês” com Espanha, Portugal e Alemanha
As seleções africanas não são as únicas a contar com jogadores nascidos na França entre os 26 convocados para o Catar. Este também é o caso de alguns favoritos à vitória na Copa do Mundo.
Nascido em Blanc-Mesnil, em Seine-Saint-Denis, filho de mãe francesa e pai português, Raphaël Guerreiro optou por vestir a camisa da Seleção das Quinas em 2014. Vencedor da Eurocopa em 2016, lateral-esquerdo do Dortmund já disputou o Mundial 2018 Copa da Rússia com Portugal.
Depois de muito esperar uma convocação para os azuis, Aymeric Laporte decidiu-se e obteve a nacionalidade espanhola antes do Euro 2021. O defesa-central de 28 anos, embora natural de Agen, vai tentar conquistar o seu primeiro troféu na seleção com La Roja.
O mesmo vale para o jovem Armel Bella-Kotchap com a Alemanha. Nascido em Paris, filho do internacional camaronês Cyrille Bella, que passou grande parte da carreira pelo Reno, o defesa-central de 20 anos é uma das surpresas da lista anunciada por Hans-Dieter Flick. O mandante da seleção alemã até preferiu chamar o jogador do Southampton ao invés do experiente Mats Hummels. Ex-Sub-18, Sub-20 ou jogador do German Hopes, Armel Bella-Kotchap optou logicamente pela Alemanha.
Os 37 jogadores nascidos na França que vão jogar por outro país no Catar
Catar: Karim Boudiaf
Senegal: Edouard Mendy, Kalidou Koulibaly, Youssouf Sabaly, Abdou Diallo, Fodé Ballo-Touré, Nampalys Mendy, Pape Gueye, Boulaye Dia e Iliman Ndiaye
Tunísia: Mouez Hassen, Montassar Talbi, Nader Ghandri, Dylan Bronn, Waajdi Kechrida, Hannibal Mejbri, Aissa Laidouni, Ellyes Skhiri, Wahbi Khazri e Naim Sliti
Alemanha: Armel Bella-Kotchap
Espanha: Aymeric Laporte
Marrocos: Romain Saïss e Sofiane Boufal
Camarões: Devis Epassy, Jean-Charles Castelletto, Enzo Ebosse, Christopher Wooh, Olivier Ntcham, Karl-Toko Ekambi, Bryan Mbeumo e Georges-Kévin Nkoudou
Portugal: Rafael Guerreiro
Gana: Alexander Djiku, André Ayew, Elisha Owusu e Jordan Ayew.
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