Quem ainda pode comprar uma casa grande?

Num ano, o poder de compra dos imóveis na Bélgica caiu 25 m2. Entenda que o belga só pode comprar um prédio menor pelo mesmo dinheiro. E não só um pouco! Quase um quarto da superfície da casa evapora. O poder de compra dos imóveis aumentou de 114 m2 em janeiro de 2022 para 89 m2 hoje, para um casal sem filhos e com renda média.

Por toda a Europa

Segundo dados da Immoweb, esta tendência decrescente do poder de compra do imobiliário é perceptível em toda a Europa, embora seja menos pronunciada do que na Bélgica. Em França, tal como em Itália, foram perdidos 17 m2, em comparação com 22 m2 em Espanha ou 11 m2 na Alemanha. Uma evolução que pode ser explicada principalmente pelo facto de o aumento das taxas de juro (4% em média) ter levado a uma redução acentuada da capacidade de endividamento das famílias, na ordem dos 15 a 30%, dependendo dos diferentes países.

Como os bancos também aplicaram critérios mais rigorosos, o número de empréstimos caiu drasticamente. Em 27%, por exemplo, na Bélgica, entre Julho de 2022 e Julho de 2023. As famílias são forçadas a comprar bens mais modestos, ou mesmo a esperar por dias melhores antes de investir em habitação.

Apesar de tudo, graças ao poder de compra das famílias belgas, que geralmente permanece considerável em comparação com os nossos países vizinhos, a superfície “comprável” é a mais elevada da Bélgica. A pressão sobre os preços imobiliários também é menor do que em outros lugares. Embora a tendência seja descendente em França, Alemanha e Luxemburgo (onde os imóveis são muito caros), os preços na Bélgica continuam a subir (2,9% num ano, para uma média de 2.300 euros por m2). Portugal, onde o aumento tem sido esmagador nos últimos anos. A política do governo português de incentivar os estrangeiros a comprar imóveis no país provocou um aumento de 78% nos preços entre 2017 e 2022, enquanto os salários locais aumentaram apenas 24,8%. A acomodação tornou-se inacessível. Os benefícios fiscais concedidos a estrangeiros foram abolidos, mas os preços continuam elevados e o poder de compra dos imóveis é o mais baixo (apenas 28 m2). É na Alemanha e no Luxemburgo que as quedas de preços serão maiores em 2023, dois países onde os preços subiram de forma explosiva nos últimos seis anos.

Bruxelas acessível

Estas tendências reflectem-se nas capitais europeias, onde Bruxelas tem o melhor poder de compra imobiliário com 62 m². O preço do alojamento ali continua razoável, numa capital da Europa que não parece muito atrativa, nos 3.322€ por m2, face aos 9.857€ na região de Paris ou aos 5.007€ em Berlim, que está longe de ser a cidade mais cara. Alemanha.

Num ano, o aumento dos preços do alojamento na Região de Bruxelas (+1,2%) foi também inferior ao da Flandres (3,3%) ou da Valónia (2,7%). Abrandamento também em Antuérpia, onde os aumentos foram os mais fortes em seis anos. Liège é uma das poucas cidades belgas onde os preços caíram nos últimos meses.

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Alberta Gonçalves

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