Jorge Sampaio, ex-presidente de Portugal e uma das figuras políticas mais proeminentes da sua geração, morreu. Ele tinha 81 anos.

O atual presidente Marcelo Rebelo de Sousa anunciou nesta sexta-feira a morte de Sampaio. Ele não deu a causa da morte, mas Sampaio estava com problemas de saúde há anos e estava internado nas últimas duas semanas.

Sampaio “preparou-se para se tornar um lutador e as bandeiras de sua luta eram a liberdade e a igualdade”, disse Rebelo de Sousa em comunicado televisionado.

Ele disse que Sampaio era como “um furacão ruivo” nos anos 1960, quando enfrentou a ditadura militar como advogado.

Mas em sua carreira política de seis décadas como socialista de centro-esquerda e mais tarde como diplomata da ONU, Sampaio recebeu elogios por seu comportamento honesto e sensato. Ele disse uma vez que sempre quis ser maestro.

O secretário da ONU e ex-primeiro-ministro de Portugal, António Guterres, declarou que Sampaio era “um líder extraordinário e uma pessoa compassiva”.

“Portugal perdeu um estadista e eu perdi um amigo querido”, disse Guterres.

O primeiro-ministro António Costa, por sua vez, elogiou Sampaio, dizendo que foi um excelente político que defendeu a democracia. “Nós nos curvamos à memória de um homem que sempre lutou pela liberdade e pela democracia e cuja integridade moral moldou a vida política de nosso país”, disse Costa.

Acrescentou que Portugal vai celebrar três dias de luto nacional a partir de sábado. Detalhes sobre o funeral serão anunciados posteriormente.

Sampaio iniciou a sua carreira política como estudante de direito na Universidade de Lisboa no final da década de 1950, juntando-se às fileiras dos movimentos estudantis clandestinos de oposição à ditadura de António Salazar.

Após a formatura, ele defendeu presos que haviam sido julgados por tribunais especiais que tratavam exclusivamente de questões políticas.

Ingressou no Partido Socialista em 1978 e a partir do ano seguinte foi eleito cinco vezes deputado.

Sampaio foi eleito prefeito de Lisboa em 1989, quando também se tornou líder do Partido Socialista.

Ele deixa esposa, uma filha e um filho.