Emmanuel Macron, o presidente do camaleão

Por Oliver Faye

Publicado em 14 de fevereiro de 2022 às 05:56 – Atualizado em 15 de fevereiro de 2022 às 08:41

Michel Houellebecq está se sentindo tonto. Ele se inclina para seu amigo Jérôme Coumet, prefeito de 13e distrito de Paris: — Você costuma ter noites assim, não é? † O Eliseu e sua douração suprimem o grande escritor nacional tanto quanto o intoxicam. Jaqueta azul, camisa branca, gravata vermelha… Em 18 de abril de 2019, ele se decorou com as cores da bandeira tricolor para sua cerimônia da Legião de Honra por Emmanuel Macron. Cerca de trinta convidados passeiam pelo salão do embaixador enquanto esperam pelo chefe de Estado. O ex-presidente da República, Nicolas Sarkozy, o ministro da Economia, Bruno Le Maire, o romancista Frédéric Beigbeder ou o filósofo Alain Finkielkraut, divertem-se entre os porteiros de libré oferecendo bebidas aos convidados. editor-chefe do valores atuais, Geoffroy Lejeune e sua jornalista, Charlotte d’Ornellas, também estão lá.

O escritor se apaixonou pela dupla, que lhe ofereceu seu “um” três vezes em pouco mais de um ano. Os dois amigos veem em Houellebecq o bardo de um Ocidente desencantado; eles gostam de ouvi-lo se gabar de Donald Trump, Eric Zemmour ou tirar sarro da União Européia. Para Geoffroy Lejeune, autor de compulsão (Flammarion, 2015) admitiu nos últimos meses que nunca foi homenageado pela República. O chefe do semanário de extrema-direita relatou a informação ao assessor de “memória” do chefe de Estado, Bruno Roger-Petit – um amigo – que depois a repassou a Emmanuel Macron.

Esta é uma grande oportunidade para corrigir a injustiça e, ao mesmo tempo, provocar um golpe político. O abismo que o separa do escritor pouco importa. Pelo contrário. Poucas semanas após a crise dos “coletes amarelos”, o ex-banqueiro não quer “para não perder o contato com a França popular, que Houellebecq lê, ouve Jean-Marie Bigard e vai a Puy du Fou”, resume o palácio em um turbilhão curioso.

“Você escolheu ousadia”

Emmanuel Macron aparece na festa. Seu discurso – dezesseis páginas cinzeladas até a vírgula, até hoje confinados às portas fechadas do Eliseu – cita minuciosamente cada um dos livros de Houellebecq. Deste trabalho, o Presidente da República conserva a “algo ambíguo, indecidível”, que emerge. O autor, diz ele, é um oxímoro vivo. “romancista de um mundo cinza” e ao mesmo tempo “romântico” “agnóstico desesperado por f锓reacionário” mas também “visionário”“conservador” e « provocador »“moralista que não é avesso à obscenidade” “anti-feminista” quem o veria? “acolhendo a chegada de um mundo governado por mulheres”

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Chico Braga

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