Abramovich ferrado por novas sanções britânicas contra oligarcas russos

LONDRES (Reuters) – Autoridades britânicas disseram nesta quinta-feira que adicionaram o empresário russo Roman Abramovich à sua lista de pessoas sujeitas ao congelamento de bens como parte das sanções após a invasão russa da Ucrânia.

Além de Roman Abramovich, os oligarcas Dmitry Lebedev, Oleg Deripaska e Igor Sechine também são alvo dessas novas sanções.

A medida efetivamente encerrou os planos de Abramovich de vender o clube de futebol inglês Chelsea, colocando os atuais campeões europeus sob controle do governo.

“Não pode haver refúgio para aqueles que apoiaram o ataque violento de Putin à Ucrânia”, disse o primeiro-ministro britânico Boris Johnson.

“Seremos implacáveis ​​ao processar aqueles que permitem a morte de civis, a destruição de hospitais e a ocupação ilegal [d’Etats] aliados soberanos”, acrescentou.

Parlamentares britânicos pediram ação contra Abramovich e outros oligarcas russos, culpando o governo de Boris Johnson por não agir com rapidez suficiente na União Europeia e nos Estados Unidos.

Igor Sechin, diretor-gerente da gigante petrolífera russa Rosneft, considerada pelos britânicos o braço direito de Putin, já constava das listas de sanções dos EUA e da UE. Na semana passada, as autoridades francesas apreenderam seu iate.

As sete personalidades, que, com exceção de Abramovich, já haviam sido alvo de sanções dos Estados Unidos ou da União Europeia, estariam à frente de uma fortuna acumulada líquida de 15 bilhões de libras (17,88 bilhões de euros).

Desde a invasão da Ucrânia, que Moscou descreve como uma “operação militar especial”, a Grã-Bretanha impôs sanções a cerca de 20 figuras ligadas à Rússia.

A UE anunciou na quarta-feira novas sanções contra 14 outros oligarcas, ou 862 pessoas no total, além de 53 entidades.

As sanções britânicas proíbem Abramovich de realizar transações com indivíduos e empresas britânicas, bem como de entrar ou permanecer na Grã-Bretanha. Seu porta-voz se recusou a comentar imediatamente.

A lista de sanções da Grã-Bretanha chama Abramovich de “um importante empresário russo e [d’]oligarca pró-Kremlin que mantém um relacionamento próximo com Putin há décadas.

Sua proximidade com Vladimir Putin teria trazido a Abramovich uma vantagem financeira ou material diretamente do presidente russo, ou do governo russo, acrescenta o documento.

Ele também está “envolvido na desestabilização da Ucrânia” e na conquista de sua soberania e independência por meio da siderúrgica russa Evraz, listada em Londres, da qual é o principal acionista, podemos ler.

O regulador financeiro britânico suspendeu a negociação das ações da Evraz, que caíram 16% após o anúncio das sanções.

Abramovich, 55, que tem nacionalidade israelense e portuguesa, tornou-se um dos empresários mais poderosos da Rússia após a queda da União Soviética em 1991. A Forbes estimou seu patrimônio líquido em US$ 13,3 bilhões. dólares (12,04 bilhões de euros).

Ele comprou o Chelsea em 2003 por cerca de 140 milhões de libras e seu investimento foi fundamental na era de maior sucesso da história do time, conquistando cinco títulos da Premier League, cinco Copas da Inglaterra e duas vezes a Liga dos Campeões.

O clube da Premier League, que Abramovich decidiu vender na semana passada para fornecer fundos para as vítimas da guerra na Ucrânia, recebeu uma licença especial para jogar partidas e pagar funcionários. No entanto, a venda de ingressos e mercadorias será limitada.

(Relatório Kate Holton, escrito por Michael Holden; versão francesa Myriam Rivet e Dagmarah Mackos, contada por Nicolas Delame e Sophie Louet)

Chico Braga

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