A arte paleolítica do Côa recebeu quase 80.000 visitas em 2021 | cultura e entretenimento

A arte do Paleolítico Superior localizada na zona fronteiriça portuguesa da bacia do rio Côa – Douro – recebeu quase 80.000 visitantes durante o ano de 2021, apesar da situação de pandemia, segundo os gestores do sítio português.

No Vale do Côa, cuja arte rupestre foi declarada Património da Humanidade pela UNESCO em 1998, existem 1.300 painéis artísticos distribuídos nas margens do rio, onde meio milhar contém gravuras do Paleolítico.

Da mesma forma, na zona fronteiriça espanhola e nas margens do rio Águeda, que corre paralelamente ao Côa ao Douro através da província espanhola de Salamanca, encontram-se quase uma centena de painéis rochosos em Siega Verde, que, como extensão do Côa, foram declarados Património Mundial em 2010.

Aida Carvalho, presidente da Fundação Côa-Parque que gere o Depósito do Côa português, adiantou à EFE que, devido ao “prestígio internacional” deste enclave e apesar da pandemia, o Vale do Côa é “um pólo de atração turística” ibérica e em 2021 foram registradas 79.000 visitas.

Muitos dos visitantes que chegam à zona portuguesa do Côa também viajam para ver os espanhóis em Siega Verde, uma gruta localizada a oeste da província de Salamanca, nas aldeias de Martillán e Serranillo.

Em ambos os casos, gravuras de 20.000 anos atrás de diferentes animais como caninos, veados, cavalos, cabras ou touros podem ser vistas nas rochas de ardósia. Mesmo espécies extintas como o auroque ou o rinoceronte lanudo.

EXPOSIÇÃO “DA ROCHA AO MUSEU”

Segundo Aida Carvalho, entre Fevereiro e Maio deste ano, o Museu do Côa, situado junto às gravuras da vila portuguesa de Vila Nova de Foz Côa, vai acolher a exposição “Arte Pré-histórica: Da Rocha ao Museu”, pertencente ao Museu Instituto Nacional de Arqueologia (MNA) da Espanha.

É uma exposição itinerante com 300 peças entre pinturas, gravuras e outras disciplinas artísticas.

A exposição nasceu em 2021 para comemorar o centenário da “exposição pioneira mundial sobre arte rupestre pré-histórica, que aconteceu na Espanha” em 1921, segundo o MNA.

A Península Ibérica é um dos enclaves mundiais com maior número de manifestações artísticas deste tipo e Espanha é o país com maior número de sítios de arte pré-histórica declarados Património Mundial pela UNESCO.

ENTRE OS 60 MELHORES MUSEUS DA EUROPA

Entre os trezentos candidatos que optam neste 2022 por ganhar o prémio “Museu Europeu do Ano” atribuído pelo Fórum Europeu de Museus, o Côa conseguiu chegar à final e é o único de Portugal que consta da lista dos 60 pré-selecionados, explica Carvalho.

Estar na final dos prémios EMYA (Museu Europeu do Ano) “é muito importante” para o reconhecimento internacional do Museu do Côa, cujo vencedor será anunciado no próximo mês de Maio na cidade estónia de Tartu.

Chico Braga

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