No âmbito do grande concurso eólico offshore de França, a proximidade da costa (10 a 15 km) dos futuros parques é uma preocupação para alguns residentes locais, que temem que sejam demasiado visíveis. Para instalar estas turbinas eólicas mais longe da costa, estão actualmente a ser desenvolvidas novas estruturas semi-flutuantes, denominadas “far shore”.
Inovar para se estabelecer no exterior
Até o momento, os projetos eólicos offshore consistem na colocação de turbinas eólicas em águas rasas ou médias, de 5 a 40 metros de profundidade. Além disso, colocar a turbina eólica no fundo do mar parece ser demasiado caro. A empresa americana Principle Power desenvolveu um sistema WindFloat de turbinas eólicas semiflutuantes para superar esta limitação técnica e económica.
As bases flutuantes sobre as quais são fixados os aerogeradores permitem a instalação de parques a mais de 30 km da costa, onde os ventos marítimos são mais fortes. As fundações das turbinas eólicas offshore já não estão cravadas no fundo do mar, mas ali ancoradas exclusivamente por meio de cabos (até mais de 50 metros de profundidade).
Em 2009, a Principle Power celebrou um acordo com a concessionária portuguesa EDP (Energias de Portugal) para desenvolver em conjunto um projeto utilizando fundações WindFloat. No passado mês de dezembro, foi instalado um aerogerador “semi-submersível” de 2 MW na costa da Aguçadoura (Norte de Portugal) pela empresa Bourbon. Esta empresa francesa presta tradicionalmente serviços marítimos ao setor petrolífero offshore, nomeadamente ancorando plataformas e realizando missões de aconselhamento ou manutenção.
Vantagens comparativas das turbinas eólicas “far shore”
A nova tecnologia WindFloat oferece vários interesses:
- técnico: as turbinas eólicas podem ser montadas em terra com turbinas padrão e depois rebocadas antes de serem ancoradas em profundidade. O sistema de amarração utiliza componentes simples e baratos. Isto resulta em poupanças em comparação com turbinas eólicas instaladas diretamente no fundo do mar ou que requerem estruturas de aço pesadas;
- energia: as turbinas eólicas podem ser implantadas offshore, onde o vento é mais poderoso. Beneficiam de um sistema de lastro que garante a estabilidade da estrutura, composto por 3 pilares. O rascunho raso(1) as estruturas garantem que possam resistir ao mar agitado;
- social: as turbinas eólicas estão localizadas longe da costa e são menos visíveis para os residentes locais. A sua aceitabilidade é reforçada.
Estes recursos permitem à Principle Power considerar o desenvolvimento significativo de fundações WindFloat na Europa e nos Estados Unidos, em profundidades que variam de 30 m a mais de 60 m. A empresa norte-americana vê um potencial para o desenvolvimento de 2 TW de capacidade instalada nestes mercados. ou mais de 300 vezes mais do que a meta do concurso francês até 2020.
Representação esquemática da estrutura WindLoad para instalação de aerogeradores offshore (©Principle Power)
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