Sahara marroquino: novos contratempos para os cabos de Argel

O apoio internacional aos marroquinos do Sahara continua a crescer face à teimosia dos generais argelinos em tentar rentabilizar as posições de determinados países com o cartão gás e petróleo. O diário Al Ahdath Al Maghribia informa, na sua edição de quinta-feira, 25 de maio, que vários países, seja na Europa, América ou África, não hesitaram em corrigir os falsos comunicados de imprensa do regime militar argelino reiterando as suas constantes posições de apoio à identidade marroquina do Sahara .

Foi assim que o deputado federal brasileiro Tião Medeiros indicou, na última terça-feira, em Brasília, que o apoio do Brasil ao Plano de Autonomia para o Saara marroquino, apresentado pelo reino, está em perfeita sintonia com as resoluções do Conselho de Segurança da ONU e a posição da comunidade internacional: “O apoio do Brasil à proposta de autonomia no Saara marroquino, considerada pela comunidade internacional como séria, pragmática e crível, será coerente com as resoluções do Conselho de Segurança da ONU e conciliável com a posição da comunidade internacional nesta questão”, especificou o deputado brasileiro durante a instalação do grupo de amizade Marrocos-Brasil do qual se tornou presidente.

Por seu turno, o Governo da República de Cabo Verde reafirmou “o seu apoio à integridade territorial do reino e ao plano de autonomia apresentado por Marrocos, considerado a única solução para a resolução do conflito em torno do marroquino Saara”. Num documento dirigido ao Ministério dos Negócios Estrangeiros marroquino, a diplomacia cabo-verdiana indicou que as referidas posições foram claramente expressas pelo Primeiro-Ministro e Chefe do Governo, José Ulisses Correira E Silva, durante o seu encontro com o Chefe do Governo marroquino. Aziz Akhannouch, como parte de sua última visita oficial ao reino. Assim, o documento da diplomacia cabo-verdiana fazia questão de recordar que “a definição e a execução da política interna e externa é uma prerrogativa política do Governo, nos termos do artigo 185.º e n.º 1 do artigo 203.º do a Constituição da República de Cabo Verde”.

O diário Al Ahdath Al Maghribia sublinha que o presidente do regime militar argelino levou uma bofetada depois da algazarra que acompanhou a sua visita a Portugal, poucos dias depois da cimeira marroquino-portuguesa realizada em Lisboa. O Presidente Abdelmajid Tebboune apenas obteve dos seus anfitriões uma reiteração de apoio ao processo da ONU no caso do Sahara marroquino. Uma observação que a diplomacia argelina está tentando iludir usando o slogan da autodeterminação. Só que a vigilância da diplomacia portuguesa frustrou todos os planos de Tebboune, que voltou de mãos vazias e perdeu a aposta de compensar as perdas que seu país sofreu com a visita da delegação marroquina a Lisboa e sua intenção de atacar a Espanha em aliança com Portugal.

Além disso, muitos observadores da questão argelina notaram os poucos altos funcionários que vieram receber Tebboune no aeroporto, como se esta visita não tivesse sido marcada. Os generais, acreditam os mesmos oradores, obrigaram o presidente a fazer esta viagem surpresa para responder às recomendações da Cimeira que reuniu Marrocos e Portugal a 12 de maio.

Cimeira em que Lisboa reafirmou o seu apoio ao Plano de Autonomia para o Sahara marroquino apresentado pelo reino em 2007. Ainda no mesmo contexto, também a Itália se viu obrigada, na passada segunda-feira, a contrariar a propaganda argelina, reafirmando a sua consideração pela situação séria e credível de Marrocos esforços para resolver a questão do Saara marroquino. Reagindo às informações veiculadas na imprensa sobre a ativação pela empresa (VFS-Global) de sua sucursal temporária em Tindouf, a Embaixada da Itália em Rabat indicou que esta iniciativa administrativa não estava de forma alguma vinculada, seja de que forma for, com a posição da Itália em a questão do Saara.

Nicole Leitão

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