“Vamos conversar (…) sobre sonhos e pesadelos. Todos esses anos minha mãe teve pesadelos com o ditador.” Foi assim que, de improviso, o líder do Livro iniciou o seu discurso no dia 25 de Abril, na Assembleia da República.
“O que o chefe dela – um brigadeiro do antigo regime – lhe disse quando ela teve coragem de revelar os pesadelos do ditador foi: ‘cuidado, Lucília, se você tivesse mais educação, já estaria na prisão’. um pouco mais de risco, não deixariam de encarcerá-lo. Aliás, aconteceu com o irmão, que aliás tinha um pouco mais de escolaridade, e que se tornou cliente habitual da sede da PIDE, em Antónia Maria Cardoso, para coisas como. é tão simples como celebrar a República.” Foi então selecionando algumas histórias familiares que Rui Tavares aproveitou para explicar como o medo apoiou um regime ditatorial. “É curioso se você pensar bem, porque o que essa defensora, beneficiária da ditadura, disse foi que ela tinha que tomar cuidado para não ser presa. Eu nunca disse a ele: 'Pesadelos? Pesadelos, por quê? Até o próprio regime e os seus defensores sabiam disso perfeitamente e contavam com isso: esse medo era o que os sustentava, e o que contavam era que os portugueses teriam sempre muito medo e muito pouca imaginação.
Contudo, e com um cravo no peito, Rui Tavares lembrou-se dos sonhos de Abril. “Agora imagine alguém que, neste ano de 1974, antes do 25 de abril, teve um sonho e acordou no dia seguinte e disse baixinho para sua família: ‘Olha o que sonhei hoje. Que coisa extraordinária. Sonhei que vinham jovens soldados de Santarém para derrubar o regime, (…) sonhei que o ditador saía no mesmo dia”.
Após diversas referências à mãe, estendeu seu discurso ao direito de voto, obtido pelas mulheres. E aplaudido, ele lembrou o quão importante “é” cada dia a partir de 25 de abril.
“Haverá democracia total quando metade da população não puder votar? Não deveríamos então celebrar o 25 de Abril de 1975, quando as mulheres finalmente votaram incondicionalmente neste país?”
Na manhã desta quinta-feira, vários dirigentes partidários também dedicaram o seu discurso à Liberdade, na Assembleia da República. À tarde está previsto o habitual passeio pela Avenida da Liberdade, onde estarão presentes alguns políticos.
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