Perante a falta de trabalhadores em determinados setores, Portugal acaba de alterar a sua lei para atrair mais estrangeiros, em particular os teletrabalhadores.
Portugal enfrenta escassez de mão-de-obra no turismo ou na construção. Para remediar isso, o país alterou a chamada lei dos “estrangeiros” para facilitar a imigração e em particular a recepção de “nômades digitais”, segundo o texto promulgado quinta-feira pelo Presidente da República.
Esta nova lei de imigração, aprovada pelo Parlamento em julho, prevê, em particular, um visto temporário, com duração de 120 dias para estrangeiros em busca de emprego. Visto que pode ser prorrogado por 60 dias.
Essa lei também deve facilitar as formalidades de visto para “nômades digitais”estes colaboradores exercem a sua atividade em viagem graças às possibilidades oferecidas pelo teletrabalho.
Alteração da lei de imigração deve beneficiar o sector do turismo em particularum dos mais afectados pela escassez de mão-de-obra em Portugal como noutros países europeus.
O setor é um dos principais impulsionadores da recuperação económica portuguesa. Depois de ser duramente atingido pela crise de saúde, ele teria necessidade de cerca de 50.000 funcionários adicionaisA secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, disse esta terça-feira.
De acordo com o último recenseamento da população portuguesa realizado em 2011, o número de estrangeiros a residir em Portugal aumentou 40% na última décadaa mais de 550 mil pessoas de um total de 10,3 milhões de habitantes, mas não foi suficiente para reverter o declínio demográfico observado nesse período.
O texto foi aprovado em 21 de julho com os votos do Partido Socialista, que tem maioria absoluta no Parlamento, e da oposição de esquerda.
O Partido Social Democrata (PSD), formação política de centro-direita e principal partido da oposição, absteve-se, enquanto o partido de extrema-direita Chega (Basta) não participou na votação. “Portugal precisa de imigrantes” por “sua demografia, por sua economia e sua cultura”tinha explicado nesta ocasião Ana Catarina Mendes, Ministra dos Assuntos Parlamentares.
Esta simplificação de procedimentos foi objecto de um acordo no âmbito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) destinado a incentivar a circulação de trabalhadores e estudantes entre os Estados-Membros, incluindo o Brasil e as antigas colónias portuguesas em África. .
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