“Sem desconforto”, “Santos minimiza”, “selecção imunitária”… na quinta-feira, a maioria dos títulos dos jornais portugueses referiam-se às declarações tranquilizadoras do treinador Fernando Santos na véspera sobre a entrevista exclusiva em que o pentacampeão da Bola ‘Ou ou disparou bolas vermelhas contra os líderes do United e seu técnico Erik ten Hag. “É um assunto privado, que diz respeito a ele, não transborda na seleção”, insistiu o treinador de 68 anos durante a conferência de imprensa que antecedeu o jogo de preparação para o Mundial, esta quinta-feira, frente à Nigéria (19h45). em Lisboa. Ronaldo não consultou o treinador nem a federação portuguesa antes de dar a entrevista, “e nem precisava”, frisou Santos.
“Sem muita atenção”
“Não ligamos muito para isso (…) o mais importante é estarmos todos juntos para representar a Seleção da melhor forma possível na Copa do Mundo”, disse o jovem zagueiro Antonio Silva. Poucos dias antes do início da Copa do Mundo no Catar, a entrevista de “CR7” concedida ao famoso apresentador Piers Morgan na TalkTV, da qual um novo episódio seria transmitido na noite de quinta-feira na Grã-Bretanha, causou uma verdadeira explosão. no mundo do futebol, que está de olho no capitão português e na sua equipa, o Manchester United. Nesta entrevista, cujos primeiros excertos foram transmitidos no domingo, o avançado de 37 anos abriu-se sobre a sua situação nos Red Devils, onde se manifesta sentir-se “traído”, criticando violentamente o seu treinador Erik ten Hag e os donos da casa. do clube que ele acusa de querer expulsá-lo.
Em Inglaterra, tal como Gary Neville, ex-companheiro do português nos Red Devils, há poucas ilusões sobre o seu futuro no clube: “Concordo com algumas coisas que o Cristiano disse (…) um funcionário de uma empresa e diz essas coisas, seu emprego deve terminar e o Man Utd deve fazê-lo nos próximos dias.” Relativamente ao Mundial, a análise da imprensa desportiva portuguesa contrastou quinta-feira com o optimismo de Fernando Santos.
“Esta entrevista não só terá fortes repercussões no Manchester, onde Cristiano não voltará a jogar, como também terá consequências na seleção”, porque a polémica monopoliza as atenções “nesta última semana de preparação”, preocupa o jornal desportivo A Bola em seu editorial. O desafio é “fazer com que todo o grupo se concentre no futebol, nas reuniões da seleção e nos seus objetivos”, alerta o diário, enquanto o seu concorrente Record levanta questões por responder.
“Perguntas Estranhas”
“Nesta entrevista faltam as perguntas embaraçosas”, observa o vice-director do diário desportivo. E para acrescentar: “Resta saber o que Ronaldo pensa que fez de errado nesta matéria e por quem é aconselhado.” Neste contexto, a ausência de CR7 para o encontro de preparação frente à Nigéria devido a uma gastrite, alimenta todas as especulações. “Com o Cristiano tudo levanta dúvidas. Mas não, ele realmente tem esse problema que o impede de treinar”, precisou Fernando Santos. Na noite de quarta-feira, o cinco vezes vencedor da Bola de Ouro também faltou à visita do Primeiro-Ministro António Costa, que se deslocou à “Cidade do Futebol”, centro de treinos de Portugal situado na zona oeste de Lisboa, para desejar a Seleção boa sorte.
“Há muita controvérsia em torno desta Copa do Mundo, mas só há uma coisa que não causa polêmica e é que estamos todos apoiando a seleção”, disse ele aos jogadores em campo após um treino. Sem o capitão, Portugal enfrentará a Nigéria antes de voar para o Catar na sexta-feira, onde iniciará a Copa do Mundo em 24 de novembro contra Gana, antes de enfrentar Uruguai e Coreia do Sul no grupo H.
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