Qual é a árvore mais antiga do mundo?

João Tomás Portugal de novo 4 minutos
A árvore mais antiga de Portugal é uma oliveira que, apesar dos seus 2850 anos, ainda dá frutos.
A árvore mais antiga de Portugal é uma oliveira que, apesar dos seus 2850 anos, ainda dá frutos.

A discussão sobre a árvore mais antiga do mundo está aberta – sabemos apenas que os candidatos a esse trono estão no continente americano! Até agora, a comunidade científica acreditava que a árvore, chamada “Methuselah” (Pinus longaeva), com mais de 4800 anos, era a árvore mais antiga do mundo.. O nome é uma referência ao personagem bíblico que deve ter vivido 969 anos.

Mais do que saber qual é o mais antigo, é importante investir na preservação desses dois exemplares.

Este espécime, um pinheiro, encontra-se algures num troço de 72 km da Floresta Nacional de Inyo, no estado norte-americano da Califórnia, mas outros “primos” do mesmo género (Pinus) também podem ser encontrados na Europa e sobretudo em Portugal. As autoridades locais levam muito a sério a questão da sua conservaçãoe a localização exata não é conhecida do público em geral e até fotos dessas árvores são muito raras de encontrar.

Além de turistas e entusiastas, ‘Matusalém’ enfrenta outros desafios de igual magnitude, como pragas que destruíram grandes áreas de pinheiros e seca hidrológica que afeta cronicamente o estado da Califórnia e toda a costa oeste dos Estados Unidos da América.

A História de “O Bisavô”

Este exemplar do cipreste patagônico (Fitzroya cupressoides) é encontrado em uma floresta no sul do Chile, na região de Los Ríos, cerca de 800 km ao sul da capital do país, Santiago. As medições mais recentes indicam que esta árvore tem cerca de 4 metros de diâmetro e quase 28 metros de altura. Esta espécie de cipreste é nativa do sul do Chile e é considerada a espécie de árvore mais alta da América do Sul.

A árvore chamada “bisavô” foi descoberta acidentalmente em 1972 enquanto um guarda florestal patrulhava esta parte da floresta, mas sua descoberta foi mantida em segredo por muitos anos, sob o pretexto de preservar sua existência. Mais de 20 anos depois, o primo do guarda florestal decidiu estudar essa árvore fazendo um buraco feito com a maior furadeira disponível, mas esse buraco ficava longe do centro da árvore.

A informação processada pelas amostras retiradas deste espécime (o número de anéis) permitiu-nos calcular que a árvore tem pelo menos 2400 anos. No entanto, modelos matemáticos indicam que há 80% de chance de que este cipreste tenha pouco mais de 5.000 anos. Embora alguns cuidados também tenham sido tomados para manter em segredo a localização exata da árvore, ela já sofreu o suficiente com a atividade turística que danificou suas raízes e comprometeu seu futuro.

Registros de anéis de árvores em ambas as espécies demonstraram fornecer informações importantes sobre a história climática da Terra. Sabe-se que essas árvores sobreviveram a períodos de calor e seca no passado, mas as mudanças climáticas atuais podem comprometer sua sobrevivência, especialmente a dessas duas espécies. Mais do que saber qual é o mais antigo, é importante investir na preservação desses dois exemplares.

Fernão Teixeira

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