Deficiências a todos os níveis: antes da estreia na Liga dos Campeões frente ao Dortmund, na terça-feira, e depois da recepção ao OM no domingo, o Paris falhou colectivamente frente ao Nice, em casa na sexta-feira (3-2), sublinhando os actuais limites da equipa.
Guarda-redes, defesa, médio, ataque, “todos temos que melhorar, inclusive eu”, admitiu Luis Enrique, consciente de que teremos de nos recompor para evitar uma semana de pesadelo… e uma crise de outono.
– Um goleiro em questão
Gianluigi Donnarumma talvez tenha pensado que estava farto da competição do tricampeão europeu Keylor Navas. Mas o costarriquenho de 36 anos, ex-Real Madrid, não foi transferido. Ele até foi incluído no elenco da Liga dos Campeões.
Donnarumma, 24 anos, às vezes fazia todos os esforços na sexta-feira, como quando acertou o golpe de Kephren Thuram. Impotente no primeiro golo, o italiano poderia ter feito melhor nos dois seguintes. Mas é especialmente o seu jogo de chutes que o preocupa. Encurralada pela pressão, a defesa muitas vezes recuava para o seu último baluarte, que jogava com fogo na bola e multiplicava os recomeços arriscados.
Uma semana para esquecer para Donnarumma, que também foi criticado após o jogo da Itália contra a Macedónia do Norte (1-1).
– Uma defesa febril
A articulação central Danilo-Skriniar foi experimental e os apoiantes parisienses esperam que continue assim. O capitão Marquinhos errou. Ausente após um retorno tardio da seleção, o brasileiro e sua velocidade poderiam ter feito bem ao seu time contra o Nice e o furioso Terem Moffi.
Se Danilo não esteve impecável, nomeadamente no segundo golo do Nice, foi Milan Skriniar quem simbolizou a falha defensiva. Muitas vezes preso em profundidade, o eslovaco teve maior dificuldade em mover os seus 87 metros. Na dublagem de Moffi, ele parecia paralisado.
Nas laterais, Achraf Hakimi fez uma partida sólida, creditada com uma assistência, ao contrário de Lucas Hernandez que não apresentou a mesma confiança de antes do intervalo. Para mais soluções, o Paris aguarda o regresso de lesão do lateral Nuno Mendes e do central Presnel Kimpembe.
– Um ambiente órfão
Ele é claramente a sensação deste início de temporada. A sentinela que o PSG espera desde a saída de Thiago Motta em 2018. Nos primeiros quatro dias, Manuel Ugarte recuperou 41 bolas, mais do que qualquer outro jogador na L1 e o melhor total desde Motta, segundo a Opta.
Mas Ugarte, assim como Marquinhos, não estava fresco o suficiente para começar depois da viagem ao Uruguai. E sua ausência foi notada no meio-campo. O titi Warren Zaire-Emery não se sentiu à vontade nesta função. Ao entrar na hora marcada, substituindo o fantasma Carlos Soler, o soldado Ugarte acordou sua tropa. Afiado, ele arranhou vários balões preciosos.
Outra ausência notável e definitiva: Marco Verratti. O italiano transferido para o Catar teve direito a uma homenagem do Parque. Em lágrimas diante dos ultras, o meio-campista bolsonarista e sua capacidade de preservar a bola sob pressão adversária teriam sido muito úteis contra o Nice.
“No meio tivemos más posições, mas é meu dever corrigir isso”, sublinhou Enrique.
– Um ataque dependente
“Tenho uma equipa onde gosto de todos os jogadores de ataque, Mbappé vai continuar a marcar, é o seu ADN, mas os outros também vão marcar”, prometeu Enrique.
Artilheiro da L1 com sete gols, a eficiência de Mbappé só é igualada pela imprecisão de seus companheiros. Além de Mbappé, apenas Asensio marcou, duas vezes, e Hakimi, uma vez. Porém, o espanhol se machucou na seleção e ficará indisponível por pelo menos duas semanas.
Apurado na sexta-feira, o português Gonçalo Ramos não pesou. Ousmane Dembélé, provocou e continua a ser, com a bola nos pés, um perigo permanente. Mas diante do gol, desperdiçou duas grandes oportunidades e mais uma vez provou que não marcava o suficiente. Resta a interessante entrada de Randal Kolo Muani, para a sua estreia. O outro atacante dos Blues esteve ativo e assinou uma assistência para Mbappé. Esperando para marcar na próxima semana?
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