O parlamento de Portugal votou na sexta-feira novamente a favor de uma lei que descriminaliza a “morte medicamente assistida”, que agora será examinada pelo presidente conservador Marcelo Rebelo de Sousa. O projeto de lei foi aprovado com aplausos, graças principalmente aos votos do Partido Socialista, que tem maioria absoluta, e de alguns deputados da oposição.
É a terceira vez que o Parlamento adota um texto para a eutanásia. O chefe de Estado português pode promulgar esta lei, submetê-la à revisão do Tribunal Constitucional ou vetá-la, como já fez duas vezes no passado.
Uma resposta “definitivamente para o Natal”
Afirmou na noite de quinta-feira que pretende tomar uma decisão bastante em breve, “certamente antes do Natal”, sobre esta questão que tem passado por várias legislaturas nos últimos anos. Esta lei recorda-nos que “o direito à vida não pode em caso algum converter-se em dever de viver”, confirmou a deputada socialista Isabel Moreira, figura de proa dos apoiantes da legalização da eutanásia, ao resultado da votação.
A lei da eutanásia “aproxima Portugal da legislação mais tolerante”, por sua vez, lamenta a associação de médicos católicos.
Em particular, o texto, aprovado na sexta-feira, especifica que a decisão de recorrer à morte medicamente assistida resulta de uma decisão pessoal “repetida”, “livre e informada” de uma pessoa “grave” portadora de uma “doença grave e incurável”.
Quando a anterior lei sobre a matéria foi votada em janeiro de 2021 e depois submetida ao presidente português, o chefe de Estado recorreu primeiro ao Tribunal Constitucional, que exigiu algumas alterações, antes de a vetar. O presidente então justificou sua decisão com “um problema de redação” da lei, que disse conter definições muito vagas.
A Bélgica e a Holanda foram os dois primeiros estados europeus a permitir a eutanásia há 20 anos, o que já foi permitido em alguns outros países da Europa.
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