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WASHINGTON: Ele “planejou”, agora é oficial: Joe Biden, 80 anos, anunciou sua candidatura às eleições presidenciais de 2024 na terça-feira, nas quais poderia concorrer novamente contra Donald Trump.

“Estou concorrendo à reeleição”, disse Trump em uma mensagem de vídeo no Twitter, que começou com imagens da invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021.

“Vamos fazer o trabalho”, disse Biden, enfatizando que a luta pela liberdade e democracia ainda está em andamento.

A principal desvantagem do democrata, cuja popularidade ainda é baixa, é a idade.

Nunca antes os americanos haviam eleito um presidente tão velho, nem um candidato havia pedido a eles que lhe deixassem as chaves da Casa Branca até os 86 anos de idade.

“Boa saúde”

O presidente se submeteu a exames de saúde em novembro de 2021 e depois em fevereiro de 2023, que mostraram que ele estava “bem de saúde”.

Joe Biden certamente mostra uma resistência incomum, fazendo malabarismos entre crises internacionais e grandes reformas.

Sua viagem a Kiev, uma iniciativa sem precedentes para o chefe de Estado cercado pelos mais rígidos arranjos de segurança do mundo, foi um lembrete espetacular de seu papel como arquiteto da resposta ocidental à invasão da Ucrânia pela Rússia.

E ele nunca se lembra das reformas altamente ambiciosas aprovadas em sua iniciativa para reindustrializar a América, atrair tecnologias avançadas, acelerar a transição energética, renovar infraestruturas e “dar um respiro”, como ele costumava dizer, à classe média.

Mas em um país onde a imagem é tudo, onde um candidato deve estar cheio de vitalidade, o presidente não consegue esconder a idade.

Seu ritmo é mais cauteloso, sua fala às vezes confusa e ele tem momentos de confusão que a oposição republicana aproveita para questionar sua acuidade mental.

Mas Joe Biden notou que, segundo as pesquisas, a candidatura de seu antecessor, Donald Trump, de 76 anos e oficialmente na corrida desde novembro passado, não é mais entusiasmante que a dele.

O democrata acredita, portanto, que se alguma vez derrotou seu antecessor republicano, uma figura divisiva por excelência, pode fazê-lo novamente enfatizando sua personalidade benigna e seu programa unificador.

“Dignidade”

Joe Biden também conta com seu balanço e com uma economia e empregos prósperos. Nada disso está causando muita impressão nos lares americanos, que estão lutando contra um forte aumento da inflação.

No entanto, a equipe de Biden aposta que daqui a dois anos estradas reformadas, remédios mais baratos e inauguração de fábricas serão atribuídas ao candidato democrata.

Joe Biden, que fez campanha em 2020 para “salvar a alma da América”, desta vez deve pressionar mais pela dimensão social e econômica de seu projeto.

Desde o início do ano, ele insiste em seu desejo de restaurar sua “dignidade” na “esquecida” América popular, perturbada pela globalização, que Donald Trump conseguiu seduzir parcialmente.

Resta uma grande incógnita: quais seriam as chances de Joe Biden se ele enfrentasse um adversário mais jovem em novembro de 2024?

O nome do governador da Flórida, Ron DeSantis, figura da extrema-direita, de 44 anos, circula muito. Mas ele ainda não falou.

A republicana menos conhecida Nikki Haley, que já está em campanha, está pedindo o surgimento de uma “nova geração”. Em particular, exige testes de capacidade intelectual para todos os líderes políticos com mais de 75 anos.

Fernão Teixeira

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