Portugal também vai tributar os “superlucros” da distribuição alimentar

O executivo socialista não especificou a que taxa serão cobradas estas “contribuições temporárias de solidariedade”.

O Governo português aprovou quinta-feira, em Conselho de Ministros, um projeto de lei que visa tributar “excesso de lucros” setores de energia e distribuição de alimentos, a fim de moderar o impacto da inflação. Em seu comunicado de imprensa, o executivo socialista não especificou em que ritmo essas “contribuições temporárias de solidariedade“. Na sequência do acordo alcançado a nível europeu para devolver parte do “superlucros” dos produtores de energia às famílias e empresas confrontados com a explosão das facturas, Lisboa tinha indicado que pretendia tributar até pelo menos 33% o “lucros extraordinários” petróleo bruto, gás natural, carvão e setores de refino.

Desde então, o primeiro-ministro português, António Costa, levantou a possibilidade de alargar este contributo às empresas de retalho alimentar. “O projeto de lei que vamos apresentar para a tributação de lucros extraordinários diz respeito a um grupo de empresas que não só pertencem ao setor energético, mas também ao setor de distribuição, e que devem pagar pelos lucros obtidos de forma injustificada por causa dessa crise de inflação“, disse no final de outubro, durante um debate parlamentar sobre o orçamento de 2023.

O texto aprovado quinta-feira, e que será submetido à votação do Parlamento, onde os Socialistas têm maioria absoluta, “visa mitigar os efeitos econômicos diretos gerados pelos altos preços praticados por esses setores nos orçamentos de instituições públicas, consumidores e empresas”. Os preços no consumidor em Portugal continuaram a subir em Outubro 10,1% em termos homólogos, o maior aumento desde Maio de 1992, segundo dados divulgados na semana passada pelo Instituto Nacional de Estatística.

Isabela Carreira

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