Portugal precisa de mais 3.000 médicos

É importante que as pessoas tenham esta ideia, até para reduzir um pouco as expectativas” de que a situação do Serviço Nacional de Saúde se resolva “instantaneamente”. Não é o caso”, declarou Xavier Barreto à agência Lusa.

O responsável disse que se os hospitais tivessem recursos para abrir todas as urgências, este “plano de contingência, que na verdade é o plano de verão”, não seria necessário.

Xavier Barreto citou um estudo recente do PlanAPP – Centro de Planeamento, Política e Prospectiva da Administração Pública, segundo o qual seriam necessários 2.939 médicos adicionais (13,6%) para harmonizar as disparidades regionais, tomando como referência o maior rácio regional de número de especialistas médicos em cuidados de saúde primários e hospitais à população

Apontou ainda outras estimativas que tomam como referência horas extraordinárias e prestadores de serviços (médicos de plantão) e indicam que se fossem substituídos por médicos contratados seriam necessários cerca de 4 mil médicos.

“Mesmo que recrutemos todos os especialistas que formamos todos os anos, levará tempo para formar e contratar estes 3.000 ou 4.000 médicos. Portanto, preparemo-nos para que nos próximos anos teremos necessariamente que ter uma resposta organizada de outra forma. forma que busca amenizar essa carência”, defendeu.

Não há “milagre”

O administrador hospitalar sublinhou que a situação nos hospitais, em termos de urgências, é a mesma do ano passado “e que não será diferente nas próximas semanas”, porque o número de médicos é praticamente o mesmo e, como tal, “o resultado não pode ser muito diferente”.

“Portanto, esta ideia de plano milagroso… não faz absolutamente nenhum sentido”, disse, sublinhando que um plano de verão é essencialmente um plano de contingência que visa decidir, com os recursos existentes, quais os serviços que serão abertos ou encerrados.

Isabela Carreira

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