Após quatro bloqueios do presidente conservador Marcelo Rebelo de Sousa em três anos, o parlamento português votará novamente na sexta-feira, 12 de maio, uma lei que descriminaliza a eutanásia.
A maioria socialista no parlamento português não desiste. Após quatro bloqueios do presidente conservador Marcelo Rebelo de Sousa em três anos, o parlamento português votará novamente na sexta-feira, 12 de maio, uma lei que descriminaliza a eutanásia. Se o resultado for positivo, este último entraria em vigor no outono, segundo a imprensa local.
De acordo com a constituição portuguesa, o parlamento pode decidir alterar ou retirar o texto para superar o veto do chefe de Estado se este se recusar a promulgar uma lei por motivos políticos.
“Ao exercer um veto político, o presidente devolve a decisão ao parlamento”, disse à comunicação social o líder do grupo parlamentar socialista, Eurico Brilhante Dias, após o último veto exercido pelo presidente português a 19 de abril. Este acrescentou confiante que “o PS vai confirmar a lei”, interrompendo vários anos de luta sobre este tema.
Quatro negações no parlamento em três anos
Com efeito, a 19 de abril, o Presidente português tinha bloqueado a lei que descriminalizava a eutanásia, defendida durante três anos pela maioria socialista com o apoio de um partido de extrema-esquerda e dos liberais. Esta foi a quarta oposição ao texto da lei em três anos no parlamento, na sequência de sucessivas ressalvas do Tribunal Constitucional e do presidente.
A última versão da lei, reformulada após contestação do Tribunal Constitucional em janeiro, estipula agora que a eutanásia só é permitida nos casos em que “o suicídio medicamente assistido é impossível por incapacidade física do paciente”.
Marcelo Rebelo de Sousa tinha pedido aos delegados que indicassem quem estava autorizado a “certificar” essa impossibilidade, para que, segundo ele, não houvesse “nenhuma dúvida quanto à sua aplicação”.
Vale lembrar que alguns países europeus, incluindo Benelux e Espanha, já autorizaram a eutanásia e o suicídio assistido. Na França, a Convenção Cívica sobre o Fim da Vida, em fevereiro passado, votou por maioria a favor da “morte ativa assistida”.
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