Portugal: o partido Chega ganha terreno nas eleições legislativas

Depois de oito anos de regime socialista, 10,8 milhões de portugueses serão chamados este domingo às urnas para eleições legislativas antecipadas, cujo resultado determinará a cor do partido que nomeará o próximo primeiro-ministro. Organizado repentinamente após a demissão, em 7 de novembro, do líder governamental António Costa (Partido Socialista, PS) na sequência do seu alegado envolvimento num caso de tráfico de influências 1Estas eleições poderão permitir à extrema direita consolidar a sua posição como terceira força política no país, três meses antes das eleições europeias.

O partido se consolidou em cinco anos

A batalha pelo primeiro lugar entre o socialista Pedro Nuno Santos (PS) e o conservador Luís Montenegro (Partido Social Democrata, líder da Aliança Democrática – coligação AD) promete ser emocionante. Se, segundo as sondagens, os dois partidos combinarem entre 25 e 32% das intenções de voto, tudo indica que o partido Chega poderá ficar logo atrás, com 15% dos votos. Liderado pelo radical André Ventura, antigo comentador desportivo de discurso xenófobo e habituado a declarações chocantes, o partido de extrema-direita conseguiu afirmar-se no panorama político português em apenas cinco anos, obtendo 12% dos votos nas presidenciais. eleições. de 2021 ou mesmo 12 deputados no parlamento (de 230) durante as eleições parlamentares de Janeiro de 2022.

André Ventura, que no passado fez campanha com um slogan sob o lema do ‘estado novo’ da ditadura salazarista, quer agora perfilar-se como o parceiro essencial para formar maioria se a AD vencer no domingo. Isso seria um choque às vésperas da comemoração do 50º dia 25 de abrile aniversário da Revolução dos Cravos.

Um voto de protesto

Enquanto muitos analistas atribuem a ascensão do Partido Chega à acumulação de escândalos de corrupção – que teriam alimentado a desilusão dos eleitores com os principais partidos e encorajado um voto de protesto – a Coligação Democrática Unida (CDU, na qual o Partido Comunista e o Partido Verde foram reunidos), também vê outro motivo.

Atribuída com 2 a 4% das intenções de voto, ela também afirma em seu programa “ a continuidade das políticas de direita dos governos socialistas “. Com efeito, o país goza de uma situação macroeconómica elogiada por Bruxelas e pelas instituições financeiras internacionais, graças, em particular, à melhoria das contas públicas, fruto das políticas de austeridade de António Costa em termos de défices e dívidas orçamentais. A CDU denuncia “ a incapacidade (dos socialistas) de responder aos problemas do povo, dando preferência aos interesses dos grupos económicos “.


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Alberta Gonçalves

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