Nesta manhã ensolarada, as ruas de Santos, em Lisboa, ressoam com o barulho das obras. Redes e andaimes cobrem as fachadas de muitos dos edifícios em ruínas deste bairro histórico. Os edifícios renovados, com fachadas revestidas de azulejos reluzentes, abrigam cafés, boutiques de designers e galerias de arte, além de padarias tradicionais, livrarias e restaurantes inusitados.
As calçadas estampadas e os bondes estão repletos de visitantes que vêm desfrutar do ritmo descontraído da cidade e do charme europeu. Para onde quer que olhemos, é claro que Lisboa é popular e isso se deve em parte ao seu cenário artístico e cultural, que até recentemente era um segredo bem guardado.
Um novo museu e uma feira internacional
Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (AMIGO), inaugurada em outubro, e a Arco Lisboa, feira internacional de arte contemporânea que já vai na sua segunda edição, atrai amantes da arte de todos os países. Estas duas instituições fazem parte de uma explosão de energia que está a trazer de volta criadores de outras capitais europeias e expatriados portugueses.
O AMIGO está localizado no pitoresco bairro de Belém, às margens do Tejo. Projetado pela empresa JÁ_A, da arquiteta Amanda Levete, essa novidade na paisagem urbana já fez muito sucesso, pois, segundo números próprios, recebeu 150 mil visitantes no primeiro mês. Simboliza as ambições artísticas de Lisboa.
Para o realizador Pedro Gadanho, o momento serviu bem para o lançamento de um novo museu, uma vez que a cidade vive uma enorme afluência de artistas:
Há vários anos que vemos artistas vindo para cá porque os aluguéis em Berlim e Londres ficaram muito caros. As pessoas perceberam que tínhamos aqui um país seguro, onde a qualidade de vida é elevada e muito bem ligado aos centros europeus – duas horas de avião –, o que já cria atratividade para a cidade. E claro que os artistas são os primeiros a ver
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