Portugal enfrenta retomada violenta de incêndios florestais no centro do país

Um residente da aldeia de Figueiras, perto de Leiria, no centro de Portugal, tenta impedir que as chamas cheguem à sua casa, terça-feira, 12 de julho de 2022.

O Instituto Meteorológico de Portugal anunciou esta segunda-feira que o país vai registar temperaturas de 40 graus Celsius, ou mesmo 45 °C em alguns locais. Atiçado por estas temperaturas escaldantes e ventos violentos, os incêndios florestais que atingiram o centro de Portugal este fim de semana recomeçaram com força na terça-feira, 12 de julho.

Os canais de televisão portugueses mostram os bombeiros e a população a tentar travar o avanço das chamas que ameaçam localidades dos concelhos de Leiria, Pombal, Ourém ou Alvaizere, situados a pouco mais de cem quilómetros a norte de Lisboa. .

Segundo dados disponibilizados pelo sítio da Autoridade Nacional de Proteção Civil, cinco focos mobilizaram cerca de 1.300 bombeiros, mais de 300 viaturas e uma dezena de aviões ou helicópteros nesta mesma região, na confluência dos distritos de Leiria e Santarém.

Três deles apareceram na terça-feira, mas os outros dois já se haviam declarado no final da semana passada, devastando cerca de 2.500 hectares, antes de serem considerados circunscritos na manhã de segunda-feira.

“São incêndios extremamente violentos com um perímetro já muito grande”confirmou o comandante nacional da proteção civil, André Fernandes, durante uma conferência de imprensa ao início da noite, referindo-se às condições meteorológicas “extremo” e “não publicado”.

Várias aldeias foram evacuadas assim como cerca de 300 pessoas que se encontravam na freguesia da Freixianda, concelho de Ourém, disse. O trânsito foi interrompido em várias estradas, incluindo a Autoestrada 1, que liga Lisboa ao norte de Portugal.

Dezesseis dos 18 distritos do território em alerta vermelho

Desde quinta-feira, os serviços de emergência identificaram cerca de trinta feridos ligeiros e pelo menos uma dezena de casas danificadas, segundo um relatório provisório. Num país que continua traumatizado pelos incêndios mortais de 2017, que vitimaram mais de uma centena de pessoas, o Governo decretou assim aestado de contingência » entre segunda e sexta-feira, de forma a aumentar o nível de mobilização dos serviços de emergência e as restrições que podem impor. Lisboa pediu ainda à União Europeia que activasse o seu mecanismo comum de protecção civil, obtendo no domingo o envio de dois aviões bombardeiros de água estacionados em Espanha.

“A previsão do tempo para os próximos dias continua extremamente preocupante em relação ao risco de incêndios”, reiterou o primeiro-ministro António Costa na terça-feira, prevendo-se que as temperaturas ultrapassem os 40°C em grande parte de Portugal. O termómetro subiu para 43,1 graus Celsius perto da vila de Abrantes, na região de Santarém.

A vaga de calor deverá continuar a intensificar-se na quarta-feira, com 16 dos 18 distritos de Portugal continental colocados em alerta vermelho pelo instituto nacional de meteorologia, o dobro do que na terça-feira.

Leia também: Incêndios em Portugal e Espanha: número de mortos sobe para 45

O mundo com a AFP

Marco Soares

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