Lisboa, 10 de março (EFE).- Portugal concedeu hoje mais de 4.600 autorizações de proteção temporária a ucranianos, no dia em que o governo aprovou um pacote contendo mais medidas para acelerar o processo de acolhimento e integração de refugiados.
De acordo com a última atualização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), até às 13h desta quinta-feira, foram registrados 4.626 pedidos desde o início da invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro.
O número não pára de aumentar e a estes 4.626 pedidos juntam-se, entre outros, os dos 267 refugiados ucranianos, maioritariamente mulheres e crianças, e seus animais de estimação, que chegaram quinta-feira a Lisboa de avião de Lublin, no leste da Polónia.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recebeu-os no aeroporto juntamente com a Embaixadora da Ucrânia em Portugal, Inna Ohnivets.
“À sua maneira, esta foi uma história exemplar: tivemos a iniciativa da sociedade civil, a colaboração da força política, apostando claro no governo, nas autarquias, na atuação do governo local, na embaixada sempre presente e no voluntariado permitindo esta operação”, disse Rebelo de Sousa a repórteres após a chegada do avião, quando os refugiados desembarcaram.
A associação ucraniana de refugiados UAPT liderou esta iniciativa, que contou com o apoio do governo português e de várias empresas privadas.
“Em nome da Ucrânia, gostaria de expressar a minha profunda gratidão ao povo português por este apoio, por esta incrível solidariedade (…) o povo ucraniano e o povo português são irmãos, são verdadeiros amigos”, acrescentou o embaixador. .
Nessa mesma quinta-feira, o Conselho de Ministros aprovou um decreto-lei com um pacote de medidas excecionais no âmbito da concessão de proteção temporária aos deslocados da Ucrânia, para garantir um processo de acolhimento e integração eficaz e rápido.
Uma dessas medidas foi simplificar o processo de reconhecimento de qualificações técnicas e dará aos refugiados ucranianos acesso ao programa de acolhimento de emergência.
Também alargou o regime de proteção temporária a cidadãos não ucranianos, nacionais de países terceiros ou apátridas, e seus familiares, que gozem de proteção internacional na Ucrânia ou aí residam e não possam regressar ao seu país de origem.
A secretária de Estado da Integração e Migração de Portugal, Cláudia Pereira, declarou esta quarta-feira que “todos são bem-vindos”, lembrando a grande necessidade de mão-de-obra e o importante contributo dos ucranianos “para a prosperidade económica, cultural e social
“Não há quotas”, enfatizou Pereira em declarações à comunicação social em Leiria (centro), onde está montado o estádio municipal para acolher refugiados.
Desde que a Rússia iniciou a guerra contra a Ucrânia, as operações de ajuda aos deslocados em Portugal, que já abrigam cerca de 27.000 ucranianos, aumentaram e várias “caravanas humanitárias” foram enviadas para transportar ajuda para o país e evacuar pessoas.
(c) Agência EFE
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