Portugal anuncia ajuda de 2,4 mil milhões de euros

O governo português divulgou na segunda-feira um pacote de medidas para ajudar as famílias a lidar com a inflação, que incluirá impostos mais baixos sobre energia.

Inflação

O governo português divulgou na segunda-feira um pacote de medidas para ajudar as famílias a lidar com a inflação, que incluirá impostos mais baixos sobre energia.

(ASdN com AFP) – “Famílias em primeiro lugar”. O nome do programa lançado pelo governo português não deixa dúvidas quanto às suas intenções. Segunda-feira, o executivo socialista anunciou a implementação de uma série de oito medidas para ajudar as famílias a lidar com a inflação. Um programa que custa 2,4 mil milhões de euros, ou cerca de 1% do PIB do país, e que se soma aos 1,6 mil milhões de ajudas já desembolsadas até setembro.



Em resposta a este novo recorde inflacionário em agosto, o Banco Central Europeu deverá elevar novamente suas taxas diretoras.


Em termos concretos, o governo português está assim a planear uma redução do imposto sobre a energia, mas também mais ajudas diretas, em particular para famílias e reformados. Os vencedores portugueses até 2.700 euros receberão um cheque de 125 euros por pessoa, mais 50 euros por cada criança. Quanto aos aposentados, eles receberão um complemento equivalente a metade de sua pensão mensal.

9% em um ano

O executivo, apoiado por maioria absoluta no Parlamento, vai pedir aos deputados que votem a redução do IVA sobre a eletricidade, de 13 para 6%, e vai prolongar até ao final do ano a redução dos impostos sobre os combustíveis já em vigor. O chefe do governo português, António Costa, anunciou também para o próximo ano um teto para o aumento das rendas em 2% e o congelamento dos preços dos transportes públicos.

“Faz trinta anos desde que vimos um aumento tão acentuado e repentino no custo de vida”, disse Antonio Costa em entrevista coletiva. Mas o primeiro-ministro também alertou, pedindo “muita cautela para não alimentar uma espiral inflacionária”. Em Portugal, os preços no consumidor aumentaram em agosto 9% em termos homólogos, de acordo com uma estimativa provisória do Instituto Nacional de Estatística.



Portugal, confrontado com a escassez de mão-de-obra no turismo ou na construção, alterou a chamada “lei dos estrangeiros” para facilitar a imigração e em particular o acolhimento de “nômades digitais”, segundo o texto promulgado quinta-feira pelo Presidente da República.


Quanto às empresas, o governo anunciará em breve ajudas mais específicas. Estes serão interrompidos após a reunião dos ministros da energia europeus, marcada para sexta-feira em Bruxelas, para lidar com os preços crescentes da eletricidade.

Recorde-se que o PIB de Portugal estagnou no segundo trimestre face aos primeiros três meses do ano, crescendo 7,1% em termos homólogos, enquanto a taxa de desemprego continuou a descer em julho, para 5,9%.

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Marco Soares

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