Baby Guilherme é o pioneiro nacional da “inseminação post mortem”.
O primeiro filho concebido em Portugal após a morte do pai nasceu ontem, segundo a mãe, que foi a iniciativa que levou à alteração da lei para permitir a inseminação “post-mortem”.
“Hoje o nosso mundo ficou mais brilhante, o Guilherme nasceu às 11h09 pesando 3,915 quilos e 50,5 centímetros”, Angela Ferreira anunciou na rede social Instagram.
O projeto de inclusão da inseminação “post mortem” na lei da procriação medicamente assistida (PMA), aprovada em 2021, nasceu de uma iniciativa legislativa cidadã, promovida por Ângela Ferreira, que queria engravidar do marido que morreu de cancro em Março de 2019.
O anúncio de Ângela Ferreira, com foto do filho, também incluiu uma homenagem ao falecido marido. “Obrigada meu amor por me escolher para esse sonho. Eu te amo hoje e sempre.”
Ela continuou: “Agora vou me isolar nessa bolha de amor e aproveitar ao máximo. Talvez eu pudesse e devesse dizer mais, mas agora quero desfrutar desse amor sem fim.”
Segundo a CNN Portugal, Hugo Guilherme Castro Ferreira nasceu no Centro Materno Infantil do Norte do Porto.
Antes da sanção da inseminação post-mortem, a iniciativa de alterar a lei provocou debates acalorados dentro e fora do parlamento. O decreto que autoriza a utilização desta técnica em casos de planos parentais expressamente consentidos foi aprovado em 25 de março de 2021, mas foi posteriormente vetado pelo Presidente Marcelo e devolvido ao parlamento, sob o argumento de que questões relativas à herança de direitos precisavam de ser esclarecidas.
Seis meses depois, o decreto foi aprovado pela segunda vez no parlamento, com alterações propostas por vários partidos respondendo às dúvidas levantadas pelo chefe de Estado, que promulgou a lei duas semanas depois.
Material de origem: LUSA
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