Enorme rede de arrasto contra uma rede de tráfico humano. Quarenta e sete jovens futebolistas, incluindo 36 menores, foram resgatados pela polícia portuguesa na segunda-feira, 12 de junho, numa rede ligada a um centro de formação no norte de Portugal, soube esta quinta-feira a AFP junto do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). As vítimas, homens provenientes de países de África, Ásia e América do Sul, foram colocados em instituições “sob a protecção do Estado”, segundo a mesma fonte.
Dois portugueses e cinco empresas foram indiciados nesta operação, denominada “El Dourado”, na qual foram apreendidos vários “passaportes e títulos de residência”. Segundo a imprensa local, as vítimas estavam isoladas nas instalações da academia de futebol Bsports, em Riba d’Ave, perto de Vila Nova de Famalicão (norte). Os jogadores tiveram que testemunhar perante um juiz antes de retornar aos seus países de origem.
“Inaceitável e chocante”
Um dos dois indiciados foi identificado pela comunicação social como Mário Costa, um dos dirigentes da academia Bsports e presidente da assembleia-geral da liga portuguesa de futebol, cargo ao qual se demitiu esta quarta-feira, alegando não ter qualquer ilegalidade.
O recrutamento ilegal de jogadores de futebol é “inaceitável e chocante”, afirmou o secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Paulo Correia, garantindo que o Governo vai “tomar medidas” para combater esta forma de tráfico de pessoas.
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