O sul da Europa registou temperaturas recordes durante a época turística de verão, o que levou as autoridades a alertar para os riscos para a saúde. Os cientistas dizem que as ondas de calor estão a tornar-se mais frequentes, intensas e a espalhar-se por várias estações devido às alterações climáticas.

Em Portugal, mais de 900 bombeiros e 16 bombardeiros de água continuam a combater dois incêndios florestais que deflagraram este fim de semana, em Odemira, cerca de 200 quilómetros a sul de Lisboa, e na cidade de Ourém, a cerca de 140 quilómetros a norte da capital.

As autoridades disseram que mais de 120 municípios em Portugal correm risco máximo de incêndios florestais.

Os factores por trás desta nova onda de calor são a estabilidade da atmosfera, que resulta em céus sem nuvens, e a chegada de uma massa significativa de ar quente e seco da África do Sul, disse Ruben del Campo, da agência meteorológica espanhola AEMET, à Reuters.

“Esta onda de calor será geralmente mais intensa, mais generalizada e ligeiramente mais longa do que as duas ondas de julho”, acrescentou.

A combinação de temperaturas escaldantes e humidade muito baixa levou a uma evaporação mais rápida da água nos reservatórios, enquanto o consumo também aumentou, agravando os efeitos da longa seca em Espanha, disse ele.

Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, os reservatórios estavam com 42,2% de sua capacidade em 31 de julho.

O homólogo português da AEMET, o IPMA, colocou seis distritos do país – incluindo a capital Lisboa – em alerta vermelho para calor extremo até à meia-noite de segunda-feira.

Segundo o IPMA, as temperaturas em Évora, localizada na vasta planície centro-sul da região do Alentejo, poderão ultrapassar os 44 graus Celsius, e nas cidades costeiras de Lisboa e Setúbal até acima dos 41 graus Celsius.