O Papa Francisco, de 86 anos, inicia na quinta-feira uma convalescença de vários dias no dia seguinte a uma operação a uma hérnia abdominal, que reacendeu as dúvidas sobre a sua saúde.
O jesuíta argentino, que o Vaticano disse ter tido uma boa noite de sono, teve problemas médicos recorrentes desde que assumiu o cargo de Bento XVI em 2013, que renunciou por motivos de saúde e morreu em dezembro com a idade canônica de 95 anos.
Francisco disse repetidamente que consideraria renunciar – como Bento XVI – se sua saúde piorasse, mas recentemente afirmou que isso não estava nas cartas.
Mancando devido a dores nos quadris e em um joelho, na maioria das vezes agora se movendo em uma cadeira de rodas ou apoiado em uma bengala, François presidiu a audiência semanal na manhã de quarta-feira em Saint-Pierre na frente de milhares de fiéis, antes de ir ao Gemelli Hospital em Roma.
Lá foi operado na tarde de quarta-feira sob anestesia geral, por três horas, para absorver dolorosas “aderências” na parede abdominal, consequências de sua operação de cólon em julho de 2021.
Uma intervenção “benigna” que não deixará sequelas, segundo seu cirurgião. O papa acordou no final da tarde brincando com seus médicos, disse o professor Sergio Alfieri, que já o havia operado em 2021, durante coletiva de imprensa na noite desta quarta-feira.
François, que sofria de dores cada vez mais intensas e tomou ele próprio a decisão de ser operado, “não sofre de outras doenças”, garantiu ainda.
Espera-se que o Papa passe vários dias no 10º andar deste estabelecimento conhecido como “Hospital dos Papas”, na mesma sala utilizada em numerosas ocasiões por João Paulo II.
– “Todas as precauções” –
Segundo o Dr. Alfieri, esse tipo de intervenção geralmente requer “cinco a sete dias” de convalescença, mas “todas as precauções” serão tomadas para a saúde do chefe da Igreja Católica.
Suas audiências também foram canceladas até 18 de junho “como medida de precaução”, disse o Vaticano.
Operado aos pulmões aos 21 anos, afetado por problemas na anca e nos joelhos, François vê-se regularmente obrigado a aliviar a agenda devido a problemas de saúde, que alimentam preocupações e especulações.
No final de março, ele já havia retornado ao Hospital Gemelli com uma infecção respiratória, que exigiu tratamento com antibióticos por três dias e causou profunda preocupação, agravada pela comunicação confusa do Vaticano.
Há duas semanas, durante uma entrevista à televisão de língua espanhola Telemundo, ele confidenciou que essa “pneumonia” havia sido tratada “a tempo”. “Se tivéssemos esperado mais algumas horas, teria sido muito mais grave”, admitiu.
Jorge Bergoglio também sofre de dores crônicas no joelho, que o obrigam a se locomover em cadeira de rodas ou bengala.
Nos últimos meses, os rumores sobre a possibilidade de renúncia ao cargo e à sucessão redobraram de intensidade.
Apesar desses repetidos alertas médicos, François mantém uma agenda lotada e um ritmo constante, às vezes com uma dezena de consultas na mesma manhã.
Também continua a viajar, com uma agenda particularmente preenchida nos próximos meses: deve ir a Portugal no início de agosto, à Mongólia no início de setembro e a Marselha a 23 de setembro.
cmk-gab/pa
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