Os Lobos na história, os fijianos não voam… os altos e baixos

Marta marcou try, Botia recebeu cartão. REUTERS/STEPHANIE LECOCQ/AFP/FRANCIS BOMPARD

Portugal conquistou este domingo a primeira vitória da sua história num Mundial (24-23), frente aos fijianos que ainda vão disputar os quartos-de-final.

TOPOS

Os Lobos na história

Certamente deram algumas pistas: um empate contra a Geórgia, tentativas marcadas contra os galeses e os australianos… Mas vê-los vencer esta noite de domingo parecia difícil de imaginar. Porém, os Lobos tiveram grande prazer em nos fazer mentir. Num jogo que será histórico, conseguiu a primeira vitória da sua história num Campeonato do Mundo (24-23), frente a um adversário que disputará os quartos-de-final. Este domingo à noite o rugby português deu a volta ao mundo e merece que a sua gente se interesse por ele.

Mike Tadjer, um atacante que joga três quartos

À primeira vista, Mike Tadjer não parece ser o que se poderia chamar de jogador técnico. O calcanhar careca e barba cheia ainda pesa 118 kg e parece mais propenso a atacar o oponente do que a tentar chisteras. Mas, novamente, foi uma surpresa. Se ele deu o básico para sua posição, desmontando com todas as forças e fazendo seus arremessos com perfeição, não foi por isso que chamou a atenção. Mas sim, precisamente, pelo seu rigor técnico. Passes bem-sucedidos após o contato, reinicializações com bengalas e até uma liberação de chute perfeitamente executada: agora ele tem o suficiente para alimentar suas redes sociais.

Os extremos portugueses, verdadeiros tufos

Os portugueses marcaram três tentativas esta noite, incluindo duas marcadas pelos responsáveis: os extremos. Na noite deste domingo, Marta e Costa Sorti fizeram uma grande atuação. Na primeira, Costa provou que tinha as bengalas necessárias ao executar um soberbo pontapé baixo que conseguiu achatar. E aos 78 minutos deram-se perfeitamente para gerir o dois contra um que originou o try de Marta. Em geral, eram um perigo permanente para a defesa de Fiji, que estava em apuros neste domingo.

FLOPS

Fijianos não “voam”

Ainda tivemos este jogo contra a Austrália, em que nos fizeram admirar a sua qualidade com a bola nas mãos e a tendência para recomeçar pela sua equipa. Mas neste domingo foram os adversários que impressionaram. Embora tenham jogado pouco e visto esta partida, segundo eles, como “uma final”, os Islanders ficaram de fora. Muitas vezes penalizados, por vezes com dificuldades nos scrums, cometendo numerosos erros no ataque, estiveram irreconhecíveis esta noite. Chegou-se a pensar que estavam em perigo quando, perdendo por sete pontos, estavam a apenas uma pequena unidade de perder o bônus ofensivo e serem eliminados da competição. Contra os experientes ingleses no próximo domingo, os fijianos, que esperamos ver voltar a “voar”, terão de jogar ao seu melhor nível para esperar vislumbrar os quatro últimos da competição.

Botia e as caixas, uma verdadeira história de amor

Mesmo com a experiência das maiores competições europeias e mundiais, ainda podemos cometer erros. Levani Botia pode atestar isso. Talvez até a final da Taça dos Campeões Europeus de 2021 tenha trazido (más) memórias. Ele então recebeu cartão vermelho e deixou seu time aos 14 contra 15 aos 28 minutos, o que levou à derrota do Rochelais. Esta noite, este cenário não foi tão longe quando, aos 50 minutos de jogo, foi culpado de um desarme direto sobre Costa. O bunker acabou deixando a cor do cartão inalterada, mas esses 10 minutos de inferioridade numérica prejudicaram seu time, que sofreu um try no processo. Não devemos cometer o erro novamente no próximo domingo, contra o XV de la Rose.

Aleixo Garcia

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