Os Gafam põem as mãos nos cabos submarinos para controlar melhor a Internet

Quando você lê um e-mail, assiste a um vídeo, posta uma foto em uma rede social, faz uma compra online, consulta um buscador, enfim, assim que você usa a Internet, é certo que a informação passa ou já passou a qualquer momento. determinado tempo por um cabo submarino de fibra ótica. Essas linhas que abundam no fundo dos oceanos e mares – o site TeleGeography, a bíblia do setor, tem 486 delas – transmitem 99% dos dados digitais do mundo. Também há uma boa chance de que o cabo seja propriedade da Alphabet (Google, YouTube…), Meta (Facebook, Instagram, WhatsApp…) e, em menor grau, Amazon e Microsoft. A Apple, por outro lado, prefere contar com operadoras especializadas, mas seus amigos da Gafam, Google, Facebook, Amazon, Microsoft conseguiram em menos de dez anos colocar as mãos em um setor até então dominado pelas grandes operadoras internacionais. de telecomunicações.

Desde o Unity, primeiro cabo transpacífico em que embarcou, em 2011, a Alphabet construiu ou projetou outras vinte linhas, cinco a mais que a Meta. o grupo francês A Alcatel Submarine Networks (ASN), principal fabricante europeu de cabos submarinos de fibra ótica, estima que 70% dos atuais projetos globais, particularmente transpacíficos e transatlânticos, são apoiados pelo Google, Facebook e Co. “No transatlântico, hoje é impossível fazer um cabo sem Gafam”confirma Jean-Luc Vuillemin, diretor da entidade que opera todas as redes internacionais da operadora Orange, ela própria proprietária de linhas submarinas.

As estrelas da Internet entraram discretamente neste setor no início da década de 2010, muitas vezes como investidores minoritários ao lado de empresas de telecomunicações, com o desejo de explorar o mundo subaquático. Mas, em 2018, o Google (que se tornou uma subsidiária da Alphabet em 2015) não quer mais ser um mero passageiro. O grupo lançou três projetos próprios, entre eles o Curie, em homenagem a Marie Curie, um cabo que liga a Califórnia ao Chile. Ele se gaba de se tornar assim “a primeira grande empresa não ligada às telecomunicações a construir um cabo intercontinental privado”. A Meta, que ainda se chamava Facebook, segue o exemplo.

Preocupados com o transporte adequado dos seus dados até ao utilizador final, estes dois gigantes da Internet querem controlar as suas infraestruturas. Desde 2012, o Google também lançou uma oferta de fibra ótica para pessoas físicas em várias cidades dos Estados Unidos, competindo diretamente com operadoras de cabo e telecomunicações. O Facebook trabalhava em uma solução de conexão à internet por drones, o Aquila, antes de desistir em 2018. Agora eles concentram suas forças em cabos submarinos.

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Nicole Leitão

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