Desde a sua chegada ao norte da França, no verão de 2018, o espanhol estabeleceu-se, ao longo dos anos, como uma pedra angular da equipe Mastiffs. Na sua comunidade é reconhecido por ter desenvolvido uma metodologia inovadora num “novo” trabalho sobre futebol.
No Propriedade Luchineste local de 43 hectares localizado na comuna de Camphin-en-Pévèle e que abriga a sede do LOSCseu centro de treinamento e seu centro de treinamento, é lá, em seu escritório, que Diego Pérez passa a maior parte do tempo.
Com o fato de treino do clube que veste todas as manhãs, o espanhol elabora, antecipadamente, fichas sobre os futuros adversários dos nortistas que deverão enfrentar num espaço-tempo de duas a três semanas.
Tudo é cuidadosamente planejado com antecedência: cada jogador, cada partida, cada tática, cada falha é dissecada com um pente fino. Estamos a meio da semana e o responsável pela unidade de vídeo e análise do adversário, a partir do seu MacBook Pro, está a montar, detalhadamente, um relatório que se prepara para apresentar aos Paulo Fonseca e ao pessoal antes da reunião contra RennesSÁBADO.
Um curso atípico em ambiente fechado
Depois de duas temporadas como analista tático doAS Mônaco de 2016 a 2018 – onde o clube sagrou-se campeão da França na temporada 2016-2017 – e, antes disso, seis temporadas no Rayo Vallecano, Diego Pérez é recrutado pelo LOSC no verão de 2018 para se juntar à equipe principal como responsável pela unidade de vídeo e análise do adversário.
Na época, foi Luis Campos – o atual diretor esportivo do PSG –, que o desenterrará, enquanto este se tornou o novo conselheiro desportivo do clube nortenho com Geraldo Lopez. Graças aos seus métodos de trabalho inovadores, o nome do espanhol foi recomendado aos portugueses, que decidiram telefonar-lhe para lhe oferecer o emprego. Obviamente, isso é aceito por Diego Pérez.
Apaixonado por este esporte, Pérez coma, respire e durma futebol. Quando ele não está Camphin-en-Pévèlenem no estádio Pedro Mauroy, o espanhol passa o tempo em casa observando outras equipes, em outros campeonatos europeus e não europeus, para abrir os olhos para novas ideias táticas. Lá Liga Premiada o impressiona, este campeonato que ele considera taticamente acima dos demais, e no qual homens como seus compatriotas Pep Guardiola, Mikel Arteta ou mesmo italiano Roberto De Zerbi o fascina. A aprendizagem desta “nova” profissão do futebol é contínua da sua parte, e é certamente por isso que é considerado, actualmente, no Liga 1como um dos melhores.
Para chegar lá, originalmente, o jovem Diego sabia de uma coisa: seu futuro estava no rei do esporte. Natural de Tazacorte, aldeia da ilha de La Palma, nas Ilhas Canárias, decidiu mudar-se para Madrid aos 19 anos para estudar e continuar a jogar futebol. Antes disso, jogou em times de Segunda B e de Terceira na Espanha (os equivalentes, respectivamente, da terceira e quarta divisões francesas).
Ainda estudante, uma oportunidade se apresentou para ele emAtletico Madrid para ser treinador de jovens. Depois disso, tornou-se preparador físico na Tercera de Madrid, onde iniciou suas primeiras análises de adversários.
Formado em ciências e técnicas de atividades físicas e hoje com o Certificado de Treinador de Futebol Profissional no bolso, a carreira do jovem Diego explode Rayo Vallecano de 2010 a 2016. Ele subiu na hierarquia e se tornou um membro importante da equipe da Paco Jémez. É aqui que ele começa a desenvolver essas habilidades como analista de vídeo. Lá seu trabalho é visto pelo mundo do futebol.
É então que as portas do Liga 1 aberto para ele do lado doAS Mônaco. Desde então, sua trajetória só progrediu exponencialmente. No Rock, ele convive com grandes nomes e faz parte da equipe que permite ao clube monegasco elevar o Liga 1 durante a temporada 2016-2017. Membro importante da equipe de Leonardo Jardim, acabou desembarcando no norte da França. E, pela primeira vez, tem a responsabilidade de criar e desenvolver integralmente um departamento de vídeo e análise de adversários.
Um cotidiano agitado
Acima de tudo apaixonado, Diego Pérez conseguiu se destacar em um ambiente fechado baseado no trabalho, na determinação e na boa vontade. Cada pessoa, cada clube e cada experiência que ele teve o levaram até onde está agora. TEM Lilleele participou ativamente da quarta coroação de campeão francês na história dos Dogues em 2020-2021 ao lado Christophe Galtier. Uma conclusão que o deixa orgulhoso dada a importância que conseguiu ter naquela temporada nas decisões táticas da equipa.
A sua missão consiste em analisar o mais detalhadamente possível a forma como os adversários do LOSC, para então determinar planos de ação que a equipe pode usar para prejudicá-los no dia do jogo. Essas chaves táticas que ele encontra – dependendo do jogador que vai jogar em determinada posição no dia – ele deve apresentar ao seu chefe, que não é outro senão Paulo Fonsecao atual treinador do Lille.
Durante as reuniões, o português escuta atentamente enquanto o colega apresenta, através da ferramenta Código esportivoo plano de jogo que desenvolveu para enfrentar o Estádio Rennais. Concluída a análise, os presentes à mesa debatem o que foi dito, antes de decidirem que tática adotar no sábado, às 17h, no Roazhon Park.
Diferente ferramentas analíticas são usadas por Diego Pérez diário. Com os dados obtidos, o responsável pela videocélula do LOSC compila os arquivos de seus oponentes em três partes: análise tática ofensiva, análise tática defensiva e análise de lances de bola parada.
É este plano, com as suas soluções, que é apresentado nas reuniões com o treinador da equipa principal e com a comissão técnica. Uma metodologia de trabalho que criou de raiz com base na sua experiência e nos conhecimentos adquiridos ao longo da sua carreira.
Esta metodologia é tema de um livro que foi colocado à venda em junho passado. Em “Futebol de elite: a análise do rival como viagem ao passado” (a versão francesa deverá aparecer nos próximos meses), publicada pela MCSportoso espanhol detalha tudo de a a z.
Lá dentro, aprendemos também a importância de analisar o treino da sua equipe, utilizando drones de última geração, para montar situações que serão utilizadas em dia de jogo. Do computador dele, Diego Pérez tem acesso a todas as sessões e analisa todos os detalhes que possam ter escapado ao treinador. Considerando os dados, as estatísticas e o adversário que será Truffert Ou Belocianoé mais interessante ser titular Edon Zhegrova, Remy Cabella Ou Alan Virginius como ponta-direita? Enfim, esse tipo de detalhe muito importante no futebol atual.
Consequentemente, o fator surpresa também faz parte do seu trabalho, e um analista de vídeo deve ser capaz de estudar em tempo real um adversário que possa ter frustrado o trabalho realizado durante a semana. Já aconteceu antes, e não apenas uma vez. Vamos torcer para que contra o time do Bruno Génésioo plano implementado não precisará ser reajustado no intervalo.
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