O designer de interiores Jacques Grange projeta um novo restaurante colorido em Portugal | Revista AD

Jacques Grange assina uma decoração colorida

Bruno Caseiro e Filipa Gonçalves não imaginavam que um dia viriam a gerir um restaurante na Comporta, quanto mais dois outros estabelecimentos em Lisboa e Évora cinco anos depois.

Até porque o Cavalariça, o de Évora, é muito mais do que um simples restaurante, pois está localizado dentro das muralhas do palácio dos Duques de Cadaval, a dois passos do templo romano de Diana. Sua reforma, iniciada pela curadora e consultora cultural Alexandra de Cadaval, apresenta interiores de Jacques Grange, complementados por um pátio de inspiração andaluza projetado por Louis Benech. Ambos fizeram questão de destacar as criações da artista sul-africana Esther Mahlangu, conhecida por seus padrões de cores muito vivas, que homenageiam os desenhados pela comunidade de onde ela é originária, os Ndebele.

Em 2018, Alexandra de Cadaval tinha dirigido a maior exposição de arte africana contemporânea em Portugal e já tinha trabalhado nesta ocasião com Esther Mahlangu. O artista Ndebele trabalha o património artístico da sua etnia, que é transmitido de geração em geração, tudo desenhado à mão.

Francisco Nogueira

Jacques Grange inspirou-se, assim, nos grandes painéis apresentados pelo sul-africano, utilizando também as cores vivas como base da sua paleta. Assim, os tetos foram pintados à mão em padrões geométricos pretos e amarelos. Os pisos, também pintados à mão, são compostos por mosaicos brancos e verdes. O próprio bar é uma explosão de cor, ocupando a parte superior do restaurante num verde turquesa que se estende desde as estantes de parede até aos bancos altos.

O paisagismo foi confiado a Louis Benech; seu trabalho é baseado em uma combinação de natureza e arquitetura. Ao entrar no pátio pela primeira vez, diz, sentiu a influência mourisca como óbvia. As duas árvores já plantadas no espaço, uma nêspera e uma figueira, uma torre encimada por um arco, as paredes brancas e o piso telúrico serviram de ponto de partida para o pátio de inspiração andaluza. No jardim foram colocados vasos de petúnias e malmequeres, plantadas novas árvores – limoeiros, albizias e extremosas – e várias trepadeiras para dar cor às paredes, como buganvílias, jasmins e begónias.

Artigo originalmente publicado em DE ANÚNCIOS Espanha.

Chico Braga

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