O “desejo de vingança” de um país inteiro

Para o historiador Pierre Vermeren, especialista nos países do Magreb, a façanha do Marrocos de chegar às semifinais da Copa do Mundo contra a França é resultado de um grande investimento em sua seleção. Permite a Marrocos melhorar a sua imagem nos países árabes-muçulmanos.

Além da alegria e do orgulho, os marroquinos também sentiriam “vontade de vingança” contra a França nesta noite, na semifinal do Catar. Você compartilha dessa impressão? O que deve ser entendido?

Depende do que você entende por “vingança”. Marrocos é um país apaixonado pelo futebol. O mesmo fenômeno pode ser encontrado na Argélia. São países para os quais o futebol tem uma importância inimaginável na Europa. É sua ‘segunda religião’ depois do Islã. Chegar às meias-finais não estava previsto. Marrocos já conquistou uma vez o Campeonato Africano das Nações, mas esta é a primeira vez que se impõe a nível internacional. E ele está tentando há muito tempo. Tudo isto é sentido como uma felicidade imensa e, sem dúvida, como uma vingança contra a história, mas uma vingança de boa fé.

E historicamente, se considerarmos o Marrocos como um ex-protetorado francês?

Sim, lá também e esta é a história de praticamente toda a África ex-colonizada. Nenhum país africano havia chegado a uma semifinal na Copa do Mundo. O Marrocos, como tantos outros países, teve treinadores franceses por muito tempo, mas eles nunca conseguiram levar o time a esse nível. Após os resultados mistos alcançados nas ligas, seus treinadores geralmente

Alberta Gonçalves

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