“No RN, não gostamos de estrangeiros, exceto aqueles que podemos explorar” denuncia Fabien Roussel

Publicado em sexta-feira, 11 de novembro de 2022 às 15h40

Foram as revelações de dois jornalistas que levaram o secretário nacional do PCF, Fabien Roussel, a denunciar a posição do partido de extrema-direita em relação aos estrangeiros. O deputado RN Grégoire de Fournas foi impedido de participar da Assembleia Nacional por 15 dias por comentários racistas e, de fato, contratou trabalhadores destacados apesar de suas declarações.

Excluído 15 dias deAssembleia Nacional por comentários racistasO deputado RN Grégoire de Fournas vem mostrando sua hostilidade à contratação de trabalhadores estrangeiros há vários anos.

Jornalistas alemães revelaram que, afinal, ele se refugiou lá como viticultor. O secretário nacional do PCF, Fabien Roussel, para denunciar a posição do partido de extrema-direita em relação aos estrangeiros: “No RN, não gostamos de estrangeiros, exceto aqueles que podem ser explorados”, tuitou na sexta-feira, 11 de novembro.

“Eu, eu não entendo que a partir do momento que temos 20% de desemprego em Pauillac, os castelos não fazem nenhum esforço para contratar mão de obra local para trabalhar nos vinhedos […]. Sou viticultor em Saint-Germain-d’Esteuil, com muito menos recursos do que os grandes vinhos de Pauillac, mas só contrato trabalhadores locais”, disse Grégoire de Fournas ao France Bleu em dezembro de 2019.

O emprego de trabalhadores destacados europeus é uma prática legal, mas Grégoire de Fournas frequentemente o apresentava como contrário aos seus valores. No entanto, ele empregou estrangeiros duas vezes. Em 2019, ele mesmo revelou no Facebook, acreditando ter sido enganado por seu provedor. “Ligo para um prestador de serviços francês que me envia… 4 romenos! Esta é a última vez que esta empresa vai pisar em minha casa.” Ele havia prometido em 2021 que isso não aconteceria novamente.

Em 2022, dois jornalistas alemães que trabalhavam na região dos grandes vinhos nas rodadas intermediárias das eleições presidenciais revelaram que a prática não havia parado. “Dois cães ladram por todo o lado. Se os seguires, chegarás a um parque de campismo atrás de um armazém. Protegidos de olhares indiscretos, trabalhadores sazonais de Portugal acampam aqui”, dizem no artigo publicado após esta descoberta.

Contactado por informações da frança, Grégoire de Fournas garante que foi seu pai quem escolheu o fornecedor e que ele não foi o responsável. Ele também afirma não ter nenhum cargo de direção neste castelo e nunca ter usado sua exploração como argumento político, embora suas declarações públicas indiquem o contrário.

Alberta Gonçalves

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