Nagel, do Bundesbank, se opôs a nova ferramenta de resgate do BCE para países devedores, dizem fontes

FRANKFURT (Reuters) – O presidente do Bundesbank, Joachim Nagel, se opôs ao plano do Banco Central Europeu de fornecer mais ajuda aos países mais endividados em uma reunião de emergência no mês passado.

O BCE, que irá aumentar as taxas de juro na sua reunião de 21 de Julho, comprometeu-se a desenvolver um novo programa de compra de títulos que deverá limitar o alargamento dos diferenciais de rendimento entre os Estados-Membros.

Joachim Nagel se opôs a esta decisão, acreditando que sua principal missão é conter a alta inflação, disseram três fontes.

Porta-vozes do BCE e do Bundesbank se recusaram a comentar o assunto.

A videoconferência de 15 de junho foi realizada com apenas algumas horas de antecedência, deixando aos governadores pouco tempo para estudar os documentos preparatórios ou mesmo participar da reunião, disseram as fontes.

Os membros do BCE que falaram desde então, incluindo os falcões Pierre Wunsch, do Banco Nacional da Bélgica, e Klaas Knot, do De Nederlandsche Bank, apoiaram a promessa da presidente Christine Lagarde de evitar mais fragmentação.

Este é o primeiro desacordo aparente entre Christine Lagarde e Joachim Nagel desde que este assumiu em janeiro como chefe do Bundesbank, que tem sido o maior crítico das políticas acomodatícias do BCE há anos.

Christine Lagarde e Joachim Nagel tentaram desde então resolver as diferenças, o primeiro dando aos chefes dos bancos centrais nacionais uma voz maior nas reuniões de política monetária e o segundo se abstendo de criticar publicamente as decisões tomadas.

No entanto, o presidente do Bundesbank está sob pressão na Alemanha devido à inflação, a mais alta desde a década de 1970, e à crença de que a política do BCE está mais focada em ajudar países devedores como Itália e Grécia do que no controle de preços.

Outras fontes disseram à Reuters na semana passada que o BCE comprará títulos emitidos pela Itália, Espanha, Portugal e Grécia usando os recursos das oportunidades de dívida alemã, francesa e holandesa que tem em seu portfólio.

Com esse arranjo, a parcela da dívida alemã no balanço do BCE provavelmente ficará abaixo da cota exigida, embora devendo respeitar uma alocação entre países.

O Bundesbank também incorreria em perdas se fosse forçado a vender títulos alemães para compensar as compras de dívida de outros países.

(Relatório Balazs Koranyi e Francesco Canepa, versão francesa Laetitia Volga, narrado por Kate)

por Balazs Koranyi e Francesco Canepa

Chico Braga

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