Washington (awp/afp) – A agência de classificação Moody’s elevou na sexta-feira a classificação de Portugal em dois níveis, agora para A3, ante Baa2, e saudou as “reformas económicas e fiscais”, mas alertou para os riscos políticos, na sequência da demissão do primeiro-ministro socialista António Coast. .
A Moody’s atribuiu a este rating uma perspectiva estável, em comparação com a anterior positiva, indicando que não está a considerar uma nova elevação nesta fase.
A Moody’s observou os “efeitos positivos contínuos sobre o crédito no médio prazo, decorrentes de uma série de reformas económicas e fiscais, da desalavancagem do sector privado e do fortalecimento contínuo do sector bancário”.
“As perspetivas de médio prazo de Portugal são suportadas por investimentos privados e públicos significativos e pela implementação de novas reformas estruturais” ligadas ao Plano de Recuperação Europeu de que o país beneficia.
Outro benefício é que “o crescimento robusto e os orçamentos amplamente equilibrados significam que os níveis de dívida continuarão a cair a um dos ritmos mais rápidos entre as economias avançadas”.
Por outro lado, a agência de rating está preocupada com a situação política, na sequência da surpreendente demissão, em 7 de novembro, de António Costa, devido ao seu envolvimento numa investigação sobre corrupção e tráfico de influência que visou especificamente o seu chefe de gabinete e o seu ministro. de Infraestruturas, João Galamba.
As suspeitas do Ministério Público centram-se em projetos de investimento na área da extração de lítio no norte de Portugal, na produção de hidrogénio verde e na construção de um mega data center perto do porto de Sines, na costa sul.
A Moody’s acredita “que as instituições portuguesas permitirão ao país resolver eficazmente este problema”, mas alerta que isso poderá “atrasar o progresso nos investimentos e nas reformas ligadas ao (Plano de Recuperação Europeu) de Portugal”.
Além disso, Portugal está largamente exposto a outro risco: as alterações climáticas, afirmou a agência. Isto poderia ter “um impacto negativo maior sobre o crescimento e os indicadores fiscais do que a estimativa atual da Moody’s”.
afp/rp
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