A seleção francesa, valente mas não espetacular, classificou-se para as semifinais da Eurocopa ao dominar Portugal (0-0, 5 a 3). Na terça-feira, a Espanha estará lá.
Enviado Especial para Hamburgo
“Estamos nas semifinais, estamos nas semifinais.” Os 8.000 torcedores franceses presentes em Hamburgo não escondem sua alegria na sexta-feira à noite. A noite será quente e linda. Depois de uma quarta de final decepcionante e uma disputa de pênaltis surpreendentemente brilhante (0-0, 5 nos pênaltis a 3), a seleção francesa validou sua vaga para a semifinal da Euro. A quarta em seis torneios com Didier Deschamps. Tudo menos uma coincidência. Com suas duas estrelas fantasmagóricas Mbappé-Griezmann, um ataque fraco (3 gols marcados), mas um bloco de equipe que poderia esmagar qualquer nação, os Blues estão lá. Várias equipes gostariam de estar em nosso lugar. Não para ser trivializado, mesmo que tenhamos que voltar ao lado do espetáculo. Terça-feira à noite em Munique, o encontro é marcado contra a Espanha, sublime vitoriosa sobre a Alemanha (1-2, aet). Um novo choque. Uma nova luta.
Viagem ao fim do tédio…
Temos que reconhecer que Les Bleus têm tido uma constante neste Euro. Ser sólidos, poderosos e não sofrer muitos gols. Além do jogo contra a Áustria, a seleção francesa assinou seu quarto 0-0 no intervalo em cinco jogos neste Euro contra Portugal. Um clássico (triste). Depois de termos assistido a uma batalha de titãs entre alemães e espanhóis, tivemos que esfregar os olhos ao espetáculo pobre oferecido pelos franceses e portugueses durante os primeiros quarenta e cinco minutos soporíferos. Dois bloqueios baixos em uma partida travada e chata. Um verdadeiro desperdício considerando os nomes em campo. Sem qualquer presença na área e apenas um chute no alvo (Hernandez, 20e), os Blues não pararam de ronronar. Provocando tédio. Como costuma ser o caso neste verão na Alemanha.
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Então uma verdadeira luta de boxe
Neste caso, quanto mais a partida avança, mais os corpos se desgastam, a lucidez se esvai, a situação fica tensa. Com o suspense no auge. Cada ação de gol é vivida com estresse e ansiedade por ambos os bancos. Por duas vezes, os portugueses acham que vão pender esta partida das quartas de final para o lado certo, mas Fernandes (61e) e Vitinha (63e) caem sobre um imenso Maignan, imperial na Alemanha. Dois desfiles suntuosos. Resposta dos franceses no processo, com Kolo Muani (67e) e Camavinga (70e), tudo perto de enganar a vigilância de Costa. Uma verdadeira luta de boxe. Golpes, esquivas, mas sem KO
Griezmann em agonia, Mbappé-Ronaldo desaparecido
Nessa troca de uppercuts, Griezmann, reposicionado como craque na sexta-feira à noite, não existiu. Sem suco. Sem volume. Sem inspiração. Tudo menos uma coincidência se ele for o primeiro francês substituído por Dembélé (61e), muito longe do seu nível habitual de jogo. É pouco dizer o mesmo de Mbappé e Ronaldo… Os dois homens, felizes por estarem de volta a Hamburgo, passaram pela partida como zumbis. Sem ânimo ou precisão no primeiro. Em total anonimato no segundo, devorado por Saliba-Upamecano. É difícil ver uma partida decolar quando os principais jogadores não estão à altura. Extensão lógica no final do tempo regulamentar (0-0, 90e). Prova disso é a partida catastrófica do capitão dos Blues, sua saída para Barcola antes dos últimos quinze minutos da partida (105e). Uma escolha forte por parte de Deschamps. Simbólica… e lógica. Mbappé-Griezmann, mesma luta, por um Euro sem sabor algum.
E os Blues sabem como vencer disputas de pênaltis…
Três anos depois da Suíça em 8e do Euro e principalmente um ano e meio depois da desastrosa disputa por pênaltis na final da Copa do Mundo contra a Argentina, a história quis que a vaga na semifinal fosse decidida por pênaltis. Como se para afastar o destino. E pela primeira vez desde 1998 (quartas de final da Copa do Mundo contra a Itália), a seleção francesa saiu vitoriosa dessa disputa por pênaltis (5 pênaltis a 3), a primeira desde “DD” está no cargo. Com dois gols contra e apenas um pênalti, por três gols, os Blues estão nas semifinais da Eurocopa. Histórico. Não é bonito, é até muito feio, mas é vencedor. E na terça-feira, eles terão que ir buscar sua passagem para a final contra a Espanha (21h). A história continua sendo escrita.
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