Os portugueses votaram. Após oito anos de regime socialista, a oposição de direita venceu por pouco as eleições parlamentares, que visavam atribuir os 230 assentos de deputados no parlamento. O partido do conservador Luís Montenegro (Partido Social Democrata, líder da Aliança Democrática – coligação AD) obteve 28,7% dos votos, depois de contabilizados quase todos os boletins de voto, ou seja, uma percentagem de votos igual à do socialista Pedro Nuno Santos (29 %) que pretendia concorrer ao cargo do seu camarada António Costa, primeiro-ministro que se demitiu em novembro de 2023 após o seu alegado envolvimento num caso de tráfico de influências.
Mas a aliança de direita conquistou três assentos conservadores separados na região da Madeira, elevando o total para pelo menos 77, em comparação com os 74 dos Socialistas. Ao admitir a derrota, Pedro Nuno Santos, apesar de ter recuperado no final da contagem, pôs fim às dúvidas sobre o resultado da votação. Um fracasso para os socialistas, que durante anos acusaram “ uma política de direita que está sujeita aos interesses do capital e da UE », sem dar respostas aos muitos problemas da classe trabalhadora, como indicava antes das eleições nas nossas colunas Cristina Cardoso, membro do gabinete internacional do Partido Comunista Português. Ao admitir a derrota, o líder dos socialistas, apesar de uma subida no final da contagem, pôs fim às dúvidas sobre o resultado da votação.
Chega obtém 18% dos votos
A ponto de muitos eleitores serem jogados nos braços da extrema direita? A três meses das eleições europeias, a pontuação do partido Chega (“Chega”), que se situou nos 15% nas sondagens, representou uma das questões eleitorais mais importantes. O partido radical do escandaloso e xenófobo André Ventura, que já ocupava o terceiro lugar entre as forças políticas de um país que até há cinco anos poderia ter resistido à ascensão do populismo, reforçou a sua posição mais do que nunca confirmada bem ancorada na panorama político… Nas vésperas da comemoração, a 25 de abril, dos 50 anos da Revolução dos Cravos, o Chega mais do que duplicou a pontuação anterior (7,2% dos votos nas eleições legislativas de janeiro de 2022). Com 18% dos votos desta vez, ele deverá conquistar 46 cadeiras na Câmara dos Deputados e defende um governo de coalizão com a AD.
Por sua vez, Luis Montenegro descartou a possibilidade de formar um governo com o apoio da extrema direita, o que era necessário para lhe permitir alcançar a maioria. As negociações que resultarão na formação do próximo governo apenas começaram.
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