Cinco Césares estarão no banco dos réus esta quinta-feira na corte de Paris. A atriz Isabelle Adjani, suspeita de ter ocultado um donativo de empréstimo e de ter domicílio fictício em Portugal, está a ser julgada por fraude fiscal e branqueamento de capitais. “Pedimos a absolvição da senhora Adjani de todos os factos de que é acusada, não tendo o nosso cliente cometido nenhum delito”, declararam os advogados do artista Stéphane Babonneau e Olivier Pardo.
Conhecida por seus papéis em Rainha Margot (1994), Dia da Saia (2008) ou mais recentemente Mascarada (2022), a atriz e cantora de 68 anos era alvo de uma investigação desde 2016 na sequência dos Panama Papers. Nas revelações do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ), foi citada como proprietária de uma empresa nas Ilhas Virgens Britânicas, a Deckert Investments Limited, fundada com o apoio da firma Mossack Fonseca e registada em julho de 2014.
Empréstimo ou doação?
As investigações não revelaram qualquer infracção ligada a esta empresa offshore, mas revelaram outras suspeitas que levaram à intimação do Ministério Público Financeiro Nacional a tribunal. Em primeiro lugar, dois milhões de euros transferidos por Mamadou Diagna NDiaye, um influente empresário senegalês, presidente do Comité Olímpico e Desportivo Nacional do Senegal e membro do Comité Olímpico Internacional.
A atriz é suspeita de ter feito passar o que era uma doação por um empréstimo, o que lhe teria permitido fugir a 1,2 milhões de euros em impostos de transferência. “Todos os elementos do processo e da investigação permitem demonstrar, sem qualquer ambiguidade ou possível dúvida, que o nosso cliente beneficiou em 2013 de um empréstimo de um amigo próximo”, garantiram Mes Babonneau e Pardo. “Este empréstimo foi objecto de um contrato devidamente registado na administração fiscal francesa aquando da sua assinatura em 2013, conforme exigido por lei. O empréstimo está agora numa fase avançada de reembolso”, acrescentaram.
Links problemáticos em Portugal
Isabelle Adjani é também acusada de ter domiciliado ficticiamente em Portugal, sonegando assim 236 mil euros de imposto sobre o rendimento. “Se houve diferença de avaliação com a administração fiscal sobre o local da sua residência fiscal em 2016 e 2017”, a atriz “hoje não tem dívidas fiscais, seja em França, seja em Portugal e liquidou tudo o que devia”, segundo sua defesa.
Isabelle Adjani também será julgada por branqueamento de capitais entre os Estados Unidos e Portugal em 2014. É suspeita de ter “passado através de uma conta bancária americana não declarada à administração fiscal a quantia de 119 mil euros provenientes de uma empresa offshore para beneficiários desconhecidos”. proprietário e destinado a investimento em Portugal”, indicou fonte judicial em julho. Segundo o seu conselho, “nenhuma operação de branqueamento de capitais pode ser imputada” ao seu cliente que “fornecerá ao tribunal todas as explicações necessárias sobre este ponto”.
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