O incêndio florestal que destruiu cerca de 10.000 ha de vegetação no centro de Portugal ainda não está consertado. Na quinta-feira, as colunas de fumo continuaram a subir sobre as colinas arborizadas no lado leste da vila de Manteigas, onde se ouvia o vaivém dos helicópteros de bombardeamento de água enquanto tentavam abrandar a progressão das chamas.
“O fogo mantém-se ativo apesar da evolução favorável”, comentou o Comandante da Proteção Civil, Miguel Cruz, em conferência de imprensa ao meio-dia. Desde sábado, várias encostas das montanhas circundantes foram completamente enegrecidas pelo fogo, agora cobertas por pinheiros carbonizados.
Segundo as autoridades, o incêndio provocou onze feridos ligeiros entre os bombeiros. Um acampamento e uma praia fluvial foram evacuados na quarta-feira e um total de 26 pessoas foram temporariamente desalojadas de suas casas e duas segundas residências foram danificadas.
Uma área protegida
De acordo com uma estimativa ainda provisória do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS), a área ardida por este incêndio, que deflagrou sábado no concelho da Covilhã, corresponde a um décimo dos 100 mil ha deste geoparque mundial classificado pela Unesco em 2020.
A biodiversidade do parque natural da Serra da Estrela é “a primeira vítima” destes incêndios, lamentou a associação de defesa do ambiente Quercus, considerando que estes incêndios resultam nomeadamente de um “abandono das florestas”.
Portugal, que este ano vive um seca excepcional, também teve o mês de julho mais quente em quase um século, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia. Desde o início do ano já arderam no fumo cerca de 74 mil ha, segundo as últimas estimativas do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
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